Resumo

A pandemia causada pelo vírus SARS-CoV-2 ocasionou restrições ao redor do mundo. Entre as consequências, o nível de atividade física foi reduzido, causando um impacto negativo a saúde física e mental. Adicionalmente, as adaptações provocadas no ensino superior, contribuíram para um aumento considerável nos transtornos psicológicos dentre o público de estudantes universitário. Como fator de proteção e para promover uma melhor qualidade de vida é recomendado manter uma prática de atividade física regular. Dentre as modalidades esportivas, a natação é amplamente indicada por seus efeitos na capacidade cardiorrespiratória, cognitiva, além de incitar a liberação de dopamina, levando a sensação de bem-estar, aliviando o estresse e combatendo a depressão e ansiedade. Objetivo: Verificar os efeitos de 12 semanas de aulas natação sobre os parâmetros da aptidão física, qualidade de vida e sintomas de ansiedade, estresse e depressão de universitários após período da pandemia em função do Coronavírus 2019 (COVID-19). Metodologia: A amostra foi constituída por 2 grupos, sendo eles Grupo Controle (GC) com 42 integrantes e Grupo Natação (GN) com 58, matriculados nas disciplinas de Práticas Desportivas ofertada pela Faculdade de Educação Física da Universidade de Brasília (UNB) no 2º semestre de 2021. Os universitários responderam aos questionários de nível de atividade física (IPAQ), qualidade de vida (SF-36) e sintomas de ansiedade, estresse e depressão (DASS-21). Em seguida, foram submetidos aos testes de aptidão física para avaliação da capacidade cardiorrespiratória (teste vai e vem, Léger), força muscular (preensão palmar), flexibilidade (sentar e alcançar), força de membros inferiores (salto em distância) e resistência muscular (máximo de flexão de braço e abdominais em um minuto), antes e após a intervenção. A intervenção teve duração de 12 semanas com aulas de 50 min e com frequência de 2 vezes semanais. Após esse período foi feito uma nova aplicação dos questionários e os testes de aptidão física (APF). Resultado: A prevalência de ansiedade, para a classificação normal foi encontrada uma interação significativa (p = 0,039), a tendência de aumento da prevalência de pessoas com níveis normais de ansiedade no grupo GN foi de 36% no pré-intervenção para 56% no pós-intervenção, o que não foi significativa de acordo com o teste post hoc realizado (p = 0,061). O GC manteve inalterado as suas prevalências de ansiedade normal (p = 0,320). Também foi encontrada uma interação significativa (p = 0,045) para a classificação estresse normal. O teste post hoc demonstrou que a tendência de aumento da prevalência no GN no momento pré-intervenção com 33% de participantes com estresse normal e finalizou o momento pós-intervenção com 58% o que caracterizou um aumento significativo (p = 0,045), já no GC não houve mudança estatística (p = 0,871). Nos domínios da QV “Capacidade Funcional”, “Aspectos Físico” e “Geral da QV” e nas variáveis da aptidão física “Peso”, “Preensão Manual”, e “Salto” tiveram diferenças significativas nas médias. As variáveis “Resistência Abdominal” e Flexibilidade” foram as únicas que tiveram mudanças ao longo do tempo, quando juntados os momentos pré e pós dos GN e GC, o GN começou a intervenção com medias inferiores ao GC. Na classificação normal de ansiedade a tendência de aumento da prevalência de pessoas no grupo GN foi de 36% no pré-intervenção para 56% no pós-intervenção. No estresse normal o aumento da prevalência de GN, apresentou no momento pré-intervenção 33% de participantes com estresse normal e no momento pós-intervenção 58% dos participantes nesta classificação. Já na classificação fraca da variável resistência abdominal o GN começou o momento pré-intervenção com 38% de participantes com a classificação fraca e finalizou a intervenção com 12%. Conclusão: a intervenção foi capaz de promover mudanças na classificação dos sintomas de ansiedade e estresse, isto é, a quantidade de participantes que finalizaram a intervenção classificados com ansiedade e estresse normal, foi maior do que quando começaram. Na aptidão física a intervenção foi capaz de alterar a classificação da resistência muscular, ou seja, na variável resistência abdominal o GN finalizou as aulas de natação com mais participantes clássicos com resistência “médio” e menos participantes classificados como “fraco”. As aulas de natação foram eficientes para promover alterações positivas nos sintomas de ansiedade e estresse, além de proporcionar melhoria na resistência muscular dos universitários participantes do estudo.

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