Efeitos do treinamento funcional sem carga externa na velocidade e capacidade de marcha em mulheres idosas
Por Leonardo LR Santos (Autor), Leury MS Chaves (Autor), Breno JFS Rocha (Autor), André FS Almeida (Autor), Wandercleiton S Oliveira (Autor), Marzo Edir Da Silva-Grigoletto (Autor).
Resumo
O envelhecimento populacional impõe desafios relacionados à manutenção da funcionalidade e autonomia da pessoa idosa. Nesta seara, a velocidade de movimento e a ca-pacidade de marcha são fundamentais para a qualidade de vida dessa população, estando a redução desses fatores associada a um maior risco de quedas, perda de independência fun-cional e comprometimento da mobilidade. Uma intervenção aplicada para esta população é o Treinamento resistido (TR), que utiliza de resistência externa para desafiar e fortalecer os músculos do corpo. Por outro lado o Treinamento Funcional (TF) é amplamente recomendado para os idosos, pois melhora aspectos essenciais como força muscular, equilíbrio e flexibili-dade, contribuindo para a independência e a qualidade de vida dos mesmos. Ademais, o TF pode reduzir o risco de quedas, que causam lesões e perda de autonomia, além de aumentar a capacidade de realizar tarefas diárias. Nessa linha, outra opção é o Treinamento Funcional Sem Carga Externa (TFSC), que apresenta vantagens como baixo custo, alta aplicabilidade e praticidade, sendo uma opção viável e interessante para pessoa idosa, por não necessitar de equipamentos. Diante desse contexto, não há evidências suficientes sobre a comparação do TFSC com o TR na capacidade e velocidade de marcha de pessoas idosas. Objetivo: Comparar os efeitos do TFSC e do TR na velocidade e capacidade de marcha em mulheres idosas. Métodos:O presente estudo envolveu a participação de 24 mulheres idosas, com idade de 69,1 ± 9,1 anos, as quais foram submetidas a uma intervenção de 24 semanas, com 3 sessões semanais de 60 mi-nutos de duração. As participantes foram distribuídas em dois grupos: Treinamento Funcional Sem Carga (GTFSC) e Treinamento Resistido (GTR). Para avaliar a velocidade e capacidade de marcha, foram aplicados os testes de Caminhada de 10 metros (C10), medido em segundos, e o Teste de Caminhada de 400 metros (C400), medido em minutos. Ambos os grupos iniciavam o treinamento com exercícios de estabilidade e mobilidade. No GTFSC, o bloco 2 consistia em exercícios de coordenação motora (potência, velocidade e agilidade), enquanto no GTR havia uma atividade aeróbica contínua (caminhada). O bloco 3 era composto por exercícios de força e resistência muscular, e o bloco 4 por exercícios cardiometabólicos, feito para ambos os gru-pos. Os treinamentos eram realizados no formato de circuito, incluindo padrões básicos de movimento, como empurrar, agachar e puxar. Resultados: Para o grupo GTFSC, houve melhora significativa apenas no tempo do teste C400, com uma melhora no tempo de Δ11,8% (pré: 3,7 ± 0,4; pós: 3,2 ± 0,3; p = 0,05). No teste C10 o grupo GTR obteve uma melhora de Δ6,54% no tempo com significância estatística (pré: 4,2 ± 0,4; pós: 4,0 ± 0,6; p = 0,04). Conclusão: Conclui-se que a velocidade de marcha melhorou de forma significativa apenas para o GTR, já a capacidade de marcha melhorou significativamente para o GTFSC.