Resumo

A prática de atividade física (AF) tem sido uma importante estratégia para a redução dos sintomas depressivos em adultos. Entretanto, a baixa aderência desta população ao comportamento ativo favorece o pensamento de intervenções que possam despertar aspectos psicológicos, como a autonomia, a competência e o vínculo, contribuindo para o aumento da motivação e, consequentemente, da adesão e manutenção de comportamentos saudáveis. Nesse sentido, o presente estudo teve como objetivo avaliar a efetividade e os mediadores de uma intervenção de AF baseada na Teoria da Autodeterminação nos sintomas depressivos em adultos. Para isto, foi realizado um ensaio clínico randomizado com adultos de 20 a 59 anos de ambos os sexos, com sintomas depressivos (n=78). A amostra foi de forma intencional e não-probabilística e os participantes foram alocados de forma randomizada para cada grupo, sendo um grupo controle (GC; n=39) e um grupo intervenção (GI; n=39). A intervenção era realizada duas vezes na semana, por 16 semanas e consistiu em encontros presenciais e online, fundamentados na Teoria da Autodeterminação. As ações tiveram o propósito de tornar os participantes mais conscientes de suas condições de vida e saúde, explorando a AF e sua relação com os sintomas depressivos. Os conteúdos eram diferentes em cada encontro e as atividades envolveram palestras, distribuição de materiais didáticos, discussões em grupo, dinâmicas com a família e amigos e aulas práticas, como yoga, capoeira, passeio de bicicleta, beach tennis e musculação. A intervenção foi organizada em quatro blocos, sendo o primeiro de contextualização, o segundo com orientações gerais e específicas para a prática de AF, o terceiro com oportunidades de prática em diferentes contextos e situações e o quarto com estratégias para a manutenção da AF a curto e a longo prazo. Os sintomas depressivos foram mensurados pelo Patient Health Questionnaire-9 (PHQ-9), a AF considerou dados de acelerometria e do Simple Physical Activity Questionnaire (SIMPAQ) e as necessidades psicológicas básicas, a versão traduzida e adaptada da Basic Psychological Needs in Exercise Scale (BPNES). Para verificar o efeito da intervenção, foram conduzidas análises por intenção de tratar. Para comparações entre os períodos e entre os grupos, foi realizada a análise por Generalized Estimating Equations (GEE). Na análise de mediação, foram adotados os Modelos de Equações Estruturais.

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