Resumo

Introdução: Em meio a uma pandemia, as inseguranças e o medo ocupam o imaginário da população, em suas diversas esferas, em especial, na individual e na coletiva. Em situações pandêmicas, estudos anteriores revelam que em média um terço da população costuma ser afetada, gerando consequências psicológicas e psiquiátricas, caso não recebam uma atenção adequada em termos de promoção de saúde mental (Ornell, Schuch, Sordi & Kessler, 2020). Dessa forma, aplicando esses conceitos ao âmbito do esporte, observa-se que grande parte dos atletas olímpicos possuem sintomas, que podem se transformar em distúrbios mentais caso sejam negligenciados, conforme dados analisados pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) em 2018 (Reardon, et al, 2019). Neste período da pandemia de COVID-19 os sintomas dos atletas olímpicos podem ser intensificados. De acordo com a literatura sobre o tema, no âmbito individual, quadros clínicos como, por exemplo, os medos imaginários – a exemplo dos transtornos de ansiedade e síndrome do pânico – estão ganhando força no decorrer deste último século (Bauman, 2008; Berrios, 1995). Na esfera coletiva, para Delumeau (1989), o sentido de medo ganha uma definição menos rigorosa e mais ampla do que nas experiências individuais, e esse “singular coletivo recobre uma gama de emoções que vai do temor e da apreensão aos mais vivos terrores. O medo é aqui o hábito que se tem, em um grupo humano, de temer tal ou tal ameaça (real ou imaginária)” (Delumeau, 1989, p. 24). Por conseguinte, é necessário analisar essa questão do medo tanto na esfera individual, quanto na coletiva dentro do contexto esportivo de elite

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