Estimativa de Porcentagem de Gordura Corporal em Mulheres com Base em Circunferências Corporais
Por Ana Carla Chierighini Salamunes (Autor), Adriana Maria Wan Stadnik (Autor), Eduardo Borba Neves (Autor).
Em Revista Brasileira de Medicina do Esporte v. 24, n 2, 2018. 4 Páginas. Da página 97 a 101
Resumo
Introdução: O aumento da prevalência de obesidade implica a necessidade de métodos precisos e de baixo custo para estimar o percentual de gordura corporal (GC%). Objetivo: O objetivo deste estudo foi desenvolver modelos matemáticos para calcular o GC% de mulheres jovens do sul do Brasil, usando equipamentos de baixo custo, com base em circunferências corporais (CC), considerando a escassez de estudos específicos dessa população. Métodos: Foram avaliadas mulheres (n = 130) com idade de 18 a 35 anos (26,06 ± 4,41 anos), da cidade de Curitiba. A massa corporal e a estatura foram aferidas para estimar o índice de massa corporal (IMC), e CC de braço, antebraço, cintura (parte mais estreita e cicatriz umbilical), abdome, quadril, coxa e perna foram mensuradas para uso nos modelos matemáticos. Um equipamento de absorciometria com raios-X de dupla energia (DEXA) registrou o GC%. A correlação de Pearson foi usada para as variáveis antropométricas e a idade associadas ao GC%. Os indicadores com as melhores correlações foram usados para estimar os modelos matemáticos de regressão linear para prever o GC%. Os resultados dos dois modelos e de nove equações antropométricas foram comparados com os da DEXA, por meio do teste t pareado e da correlação de Pearson. Resultados: A idade não se correlacionou significativamente com GC% (r = 0,113 e p = 0,200). As CC com maiores valores de correlação com GC% foram abdome, quadril e cintura – cicatriz umbilical (r = 0,697, 0,682, 0,660, respectivamente, com p < 0,001). Oito equações mostraram correlação positiva com GC%, mas somente os resultados dos modelos estimados neste estudo não diferiram daqueles da DEXA pelo teste t pareado. Os modelos matemáticos foram desenvolvidos com o uso de três (r=0,744 e r²=0,554; t=0,16 e p=0,869) e seis (r=0,768 e r²=0,591; t=–0,04 e p=0,967) variáveis antropométricas. Conclusões: É possível usar modelos matemáticos de GC% com base em circunferências corporais e massa corporal. Nível de Evidência II; Estudo diagnóstico - Investigação de um exame para diagnóstico.