Resumo
Este trabalho é um estudo sobre os possíveis efeitos agudos no organismo de uma pessoa que se expõe de forma excessiva ao comportamento sedentário prolongado, constituído por dois artigos. O primeiro artigo trata-se de uma revisão integrativa da literatura e tem como objetivo principal analisar variáveis de desfecho, instrumentos, tempo em exposição e intervenção utilizada nos estudos que mensuram alterações agudas do comportamento sedentário prolongado. Após processo de seleção, foram analisados 23 estudos dos quais destacam-se como principais variáveis de desfecho para o estudo do comportamento sedentário a glicose, insulina, pressão arterial e fluxo sanguíneo, mensuradas por instrumentos como, amostras de sangue, esfigmomanômetro, ultrassom doppler, dentre outros. Com relação aos protocolos utilizados para estes estudos, observa-se uma falta de padronização para os mesmos, além de ser escassos estudos que focam especificamente em alterações fisiológicas agudas decorrente do comportamento sedentário em si, fazendo com que se tenha uma complexidade maior para a avaliação e mensuração destes efeitos ao organismo do indivíduo. O segundo artigo trata-se de um estudo experimental com objetivo de determinar a ocorrência e o período de alterações agudas no fluxo sanguíneo, pressão arterial média e na atividade mioelétrica durante o comportamento sedentário prolongado induzido. Participaram 21 adultos saudáveis (22,5 ± 1,60 anos) que realizaram um protocolo de 3 horas em comportamento sedentário ininterrupto em que foram coletadas informações, a cada 20 minutos, de termografia infravermelho, pressão arterial média e atividade mioelétrica. Foram observadas redução na temperatura avaliada, indicando uma possível redução do fluxo sanguíneo, alteração no sinal mioelétrico para indicativo de fadiga muscular, além do aumento da pressão arterial média ao longo das 3 horas de protocolo sentado. Com isso pode-se inferir que intervenções de interrupção do comportamento sedentário antes dessas alterações, algo entre 40 e 60 minutos, seriam interessantes para mitigar os efeitos do comportamento sedentário. Com as informações de cada artigo, analisadas em conjunto, pode-se ter maior compreensão sobre o comportamento sedentário e oferecer mais embasamento tanto para novas pesquisas quanto para a prática clínica.