Experiências acadêmicas de pesquisadoras latino-americanas na área de atividade física e saúde
Por Javiera Patricia Andrea Alarcón Aguilar (Autor), Juliana Mejía-Grueso (Autor), Emilia Chagas Costa (Autor), Paulo Felipe Ribeiro Bandeira (Autor), Simone Honda (Autor), Andrea Ramírez Varela (Autor).
Em XV Congresso Brasileiro de Atividade Física e Saúde - CBAFS
Resumo
INTRODUÇÃO: As desigualdades de gênero na academia permanecem como um desafio global, refletindo barreiras estruturais que limitam o avanço das mulheres, especialmente na América Latina. No campo da atividade física e saúde, essas disparidades impactam negativamente a produção científica e o acesso a posições de liderança, comprometendo a diversidade e a inovação.OBJETIVO: Investigar experiências acadêmicas de mulheres pesquisadoras latino-americanas em atividade física e saúde, identificando fatores institucionais e individuais associados à equidade de gênero.MÉTODOS: Estudo transversal (jun-jul/2023) com pesquisadoras primeiras ou últimas autoras em publicações latino-americanas sobre atividade física. Aplicou-se o questionário Culture Conducive to Women's Academic Success (CCWAS), adaptado para português, espanhol e inglês, abordando quatro domínios: acesso equitativo a oportunidades, equilíbrio trabalho-vida, ausência de viés de gênero e liderança de apoio. Foram coletadas variáveis sociodemográficas, produtivas (índice h) e institucionais. A análise utilizou estatística descritiva e análise de redes para identificar fatores centrais.RESULTADOS: Participaram 123 pesquisadoras de 13 países, majoritariamente do Brasil (52%), México (19,5%), Colômbia (9%) e Chile (7,4%). A maioria possuía doutorado/pós-doutorado (81,3%) e atuava em instituições públicas (84,5%). Pesquisadoras sênior apresentaram maiores médias na produtividade (índice h=23,5) e percepção de apoio (64,5); e menores no equilíbrio trabalho-vida, especialmente na carreira intermediária (33,0). A análise de rede mostrou forte associação entre produtividade e ser investigadora principal (r=0,18) ou participar de eventos científicos regionais (r=0,17). Nos fatores centrais, a influência esperada indicou que ser investigadora principal (IE=1,88), coautora (IE=1,56) e perceber liderança solidária (IE=1,09) são variáveis com maior impacto na rede.CONCLUSÃO: Promover a participação das mulheres em papéis de liderança científica e fortalecer redes institucionais com liderança solidária e equitativa podem exercer maior impacto positivo, influenciando diretamente para reduzir desigualdades e fortalecer a equidade de gênero na produção científica na América Latina.