Fatores associados ao uso de acelerômetros no Inquérito de Saúde de São Paulo (ISA), Atividade Física e Ambiente
Por Paulo Vinicius Fernandes da Silva (Autor), Evelyn Helena Corgosinho Ribeiro (Autor), Guilherme Stefano Goulardins (Autor), Alex Antônio Florindo (Autor).
Em XV Congresso Brasileiro de Atividade Física e Saúde - CBAFS
Resumo
A acelerometria é cada vez mais utilizada para mensurar atividade física em estudos populacionais. No entanto, a aceitação e o uso do aparelho podem ser influenciados por características dos participantes e pela forma como são abordados. Objetivo: Identificar fatores associados ao uso de acelerômetros no Inquérito de Saúde de São Paulo (ISA) - Atividade Física e Ambiente. Metodologia: O ISA - Atividade Física e Ambiente é uma coorte com adultos paulistanos, cuja terceira onda de coleta foi finalizada em 2024. Os participantes que responderam ao questionário foram convidados a usar o ActiGraph (GT3x+/wGT3X-BT) no punho não dominante por nove dias consecutivos. O uso válido mínimo foi definido como três dias úteis e um dia de final de semana, com pelo menos 16 horas diárias. Utilizou-se o teste do qui-quadrado para avaliar diferenças no uso do acelerômetro segundo escolaridade, sexo do participante, sexo do entrevistador e classificação do dia da semana (dia útil, final de semana e feriado), considerando a situação empregatícia. Resultados: Dos 1.696 participantes visitados, 55,8% aceitaram usar o acelerômetro, 8,3% recusaram, 35,1% não foram encontrados e 0,9% foram excluídos. Entre os que aceitaram, 74,8% tiveram dados válidos. Participantes com ensino médio completo ou superior apresentaram menor taxa de uso (56,4%; p = 0,006), em comparação aos demais grupos (64,9%). O uso foi maior quando a entrega foi feita por entrevistadoras (72,4%; p< 0,001). O sexo do participante não teve associação significativa (p = 0,166), assim como a situação empregatícia relacionada à classificação do dia da semana (p = 0,609), indicando que trabalhar e ser abordado em dia útil, fim de semana ou feriado não influenciou o uso. Conclusão: Maior escolaridade associou-se a menor uso do acelerômetro. Entrevistadoras obtiveram maior sucesso na entrega dos dispositivos. Esses achados ajudam a aprimorar estratégias de coleta em estudos epidemiológicos com acelerometria.