Sobre
Saudades do futuro
Constantino Pereira Martins
IEF - Universidade de Coimbra
Todos os grandes atletas têm de passar por um processo de exaustão, morte e ressurreição[1].
I. Princípio
1. Comecemos pelo fim. E no fim, só podemos agradecer.
O agradecimento é uma dívida.
Eu sou devedor à terra,
a terra me está devendo,
a terra paga-me em vida,
eu pago à terra em morrendo[2].
1.1 Começar por agradecer à Doutora Luísa Ávila da Costa e ao Doutor Odilon Roble. E como dizemos no Norte de Portugal, ponto.
1.2 Agradecer àquela que não tem nome, que não tem rosto: o gesto[3] impossível, o inominável, a saudade.
1.3 Sem gratidão não há passado nem futuro. Sem gratidão não há unidade.
E o presente desmaiaria nesse princípio máximo da utilidade e da eficácia. Se tudo fosse uso, no fundo não existiria humanidade, mas apenas objectos, meios para um fim. O mundo já é feio o suficiente para essa tese vencer. Mas não deixaria de ser verdadeiramente cómico e irónico que todos os defensores dessa ideia fossem os últimos a restar, condenados a viver apenas e entre eles mesmos. Como uma enorme cadeia penitenciária filosófica e moral. Uma condenação auto-
infligida. Anda meio-mundo a enganar meio-mundo[4].
Sumário
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Razão e Movimento. A evolução da Filosofia do Desporto em Portugal
Por Luísa Ávila da Costa Constantino Pereira Martins,
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