Flutuações agudas e crônicas da percepção de felicidade em adultos com sintomas depressivos: análise de 12 semanas de treinamento de força
Por Maria Eduarda de Melo Ferreira (Autor), Lucas Eduardo Rodrigues dos Santos (Autor), Monica da Rocha Batista (Autor), Tony Meireles dos Santos (Autor).
Em XV Congresso Brasileiro de Atividade Física e Saúde - CBAFS
Resumo
A felicidade percebida é uma dimensão relevante da saúde mental e tende a ser prejudicada em indivíduos com sintomas depressivos. O exercício físico é apontado como uma estratégia capaz de promover mudanças positivas nesse indicador, especialmente quando monitorado em diferentes momentos da prática. Objetivo: O presente estudo teve como objetivo analisar os efeitos agudos e crônicos de um programa de 12 semanas de treinamento de força com intensidade autosselecionada sobre a percepção de felicidade, por meio do monitoramento contínuo em adultos com sintomas depressivos. Métodos: Participaram do estudo 29 adultos com sintomas depressivos identificados por meio do Inventário de Depressão de Beck. Os participantes realizaram um programa de treinamento de força com duração de 12 semanas (3x/semana), com intensidade autosselecionada e a felicidade foi monitorada diariamente nos momentos pré e após sessões, utilizando uma escala de 5 pontos. As análises incluíram modelos lineares mistos para verificar: a) diferença entre os momentos pré e pós sessão (efeito agudo); b) tendência ao longo do tempo (efeito crônico). Resultados: Foi identificado aumento significativo da felicidade do momento pré (x? = 2,10; IC95%: 1,94-2,26) para o momento pós-sessão (x? = 2,51; IC95%: 2,31-2,71), com p < 0,001. O padrão de aumento se manteve consistente ao longo das 12 semanas. No entanto, não foi observada uma tendência progressiva de elevação dos níveis médios de felicidade ao longo do tempo, sugerindo que os efeitos foram agudos, mas não cumulativos. Conclusão: O treinamento de força com intensidade autosselecionada foi eficaz em promover aumentos imediatos na felicidade após cada sessão em adultos com sintomas depressivos. No entanto, os efeitos observados não indicam elevação sustentada dos níveis basais de felicidade ao longo do tempo, apontando para um padrão de resposta afetiva aguda e transitória que reforça a importância da regularidade na prática.