Resumo

Considerando-se o aumento das matrículas de alunos com deficiência nas escolas públicas regulares, nota-se dificuldades em proporcionar aulas de Educação Física realmente inclusivas, haja vista que a formação dos professores acerca do tema inclusão é, por vezes, superficial. O objetivo deste estudo é analisar o conhecimento dos professores de Educação Física da Educação Infantil e do Ensino Fundamental de uma Rede Municipal de Ensino sobre Deficiência Intelectual (DI) e Transtornos do Espectro Autista (TEA) na perspectiva da Educação Física inclusiva para alunos que fazem parte do Público Alvo da Educação Especial (PAEE) e propor ações formativas que contemplem o atendimento dos alunos com DI / TEA para os professores. Tratase de uma pesquisa de abordagem qualitativa da qual participaram professores de Educação Física que atendem alunos da Educação Infantil e do Ensino Fundamental. O instrumento utilizado para a coleta de dados foi um questionário, cuja aplicação foi realizada via Google Forms. Para análise de dados utilizou-se a análise de conteúdo. Participaram da pesquisa 28 professores com média de idade 40 anos. Cerca de 89% dos professores possuem pós-graduação. Em relação à formação inicial, a maioria teve uma ou mais disciplinas relacionadas à Educação Física Inclusiva, porém os currículos diferem em relação à nomenclatura das disciplinas. Cerca de 10% dos participantes com maior tempo de graduação não tiveram nenhuma disciplina relacionada ao tema. Todos os participantes afirmaram ter alunos com DI ou TEA em uma ou mais turmas, demonstrando o aumento efetivo de matrículas de alunos atípicos no ensino regular. E dentre as dificuldades apontadas pelos professores em trabalhar com esse público, estão a falta de acompanhamento de um professor auxiliar ou apoio, falta de formação com orientações práticas e também teóricas, além da falta de espaços e materiais adequados. Tais apontamentos subsidiaram a elaboração de um curso de formação disponibilizado no Portal de Cursos da UFSCar.

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