GINÁSTICA ARTÍSTICA NAS PERIFERIAS: Refletindo o potencial do esporte no desenvolvimento de múltiplas competências em crianças e adolescentes.
Por Anderson Silva Coelho (Autor).
Resumo
A chegada do CEU na periferia de São Paulo provocou uma mudança na cultura esportiva, trazendo modalidades antes pouco conhecidas como a Ginástica Artística. A infraestrutura do CEU representa uma enorme oportunidade de circulação de conhecimento dentro das comunidades desfavorecidas onde estão inseridos, e no âmbito esportivo repleto de possibilidades de aprendizado de diversas competências. Nesse contexto de equipamento de práticas inovadoras destacamos a importância do fortalecimento de um espaço que possibilita uma diversificação de atividades esportivas e desfazendo a lógica do que Stigger chama de monocultura esportiva produzindo um conhecimento significativo, agindo de forma a instituir uma ação ativa e criativa por parte de todas as alunas participantes. É oportuno também mencionarmos nesse contexto a importância que a família desempenha no incentivo e na compreensão do processo de socialização das crianças através da prática esportiva, tendo em vista que escola e família são elementos essenciais no processo de formação da personalidade infantil e dos problemas relacionados com o intercâmbio de comportamento das crianças voltados aos desafios propostos em relação à Ginástica Artística e, consequentemente, de suas vidas cotidianas. Para fortalecer o trabalho realizamos uma pesquisa através de questionário voltado aos responsáveis e suas filhas praticantes da modalidade. Esse questionário foi direcionado para as alunas com idades compreendidas entre 6 a 16 anos e de 1 ano e 6 meses a 6 anos de prática na modalidade das turmas de pré-treinamento e treinamento do CEU Vila Rubi, do CEU Cidade Dutra e do CEU Navegantes. Concluímos através dos dados coletados que além de todos os benefícios motores conhecidos que Ginástica Artística proporciona, ela pode colaborar de forma sensível em outros aspectos
ligados a organização, autoestima, disciplina, motivação, independência e autonomia bem como a percepção da autorresponsabilidade no desempenho das tarefas do esporte, bem como na vida cotidiana.
Referências Bibliográficas
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