Resumo

Esse artigo apresenta o relato de experiência do grupo psicoterapêutico de crianças realizado de modo concomitante ao grupo de familiares e tem como objetivo refletir, a partir da proposta de grupos paralelos e simultâneos de crianças e pais/cuidadores, a necessidade de escuta das famílias na atenção primária à saúde. Trata-se de uma intervenção desenvolvida por profissionais da psicologia em um centro de saúde em Porto Alegre, Brasil. O grupo de crianças é realizado desde 2006 a partir da demanda das famílias, escolas e profissionais da saúde. Ao entender a relevância da participação das famílias no processo psicoterapêutico das crianças e ao apostar nas potencialidades do dispositivo grupal, a equipe da psicologia propôs o grupo de pais/cuidadores em horário concomitante. Antes desta modalidade, a abordagem com as famílias era realizada individualmente. A realização dos grupos concomitantes contribuiu para o maior envolvimento das famílias, pois o espaço coletivo potencializou reflexões sobre questões familiares e transgeracionais que repercutem significativamente no processo terapêutico das crianças. A intervenção fomentou cuidados de saúde para além do indivíduo, possibilitando a ampliação da rede de apoio e melhor compreensão da dinâmica familiar e escolar, viabilizando a promoção da saúde mental em uma perspectiva integral.

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