Hip-hop & educação: Uma batalha que se vence com diversão

Parte de Lazer, Práticas Sociais e Mediação Cultural . páginas 84 - 103

Resumo

A primeira vez que estive com alunos(as) da Zona Leste para minha primeira aula de hip-hop foi uma experiência traumática, principalmente pelo modo como os(as) professores(as) reagiam ao caos iminente na sala de aula. Todos estavam muito exaltados, e o máximo que eu consegui fazer foi observar a cena desastrosa que ali se apresentava da realidade escolar. Minha memória trouxe a recordação de quando eu estava no 7° ano do ensino fundamental. Aprendi a ler e a escrever bem cedo, mas desisti de tirar boas notas depois de ter sido acusada muitas vezes pelos(as) meus(minhas) professores(as) de colar na prova. Lembrei que nessa fase fui uma adolescente rebelde e só retomei meu gosto pela leitura quando, um dia, fiquei de castigo, separando os livros que iriam compor a nova biblioteca da escola. Na saída, roubei um livro, pois me vi atraída pela capa, mas como a linguagem era difícil e meus pais eram analfabetos não consegui acessar aquele conhecimento. Essa lembrança me fez retornar para meu segundo dia de trabalho com aqueles(as) alunos(as) de uma outra forma.