Impacto de um programa de letramento funcional em saúde sobre fatores físicos e consumo alimentar de escolares de Palmas-TO

O aumento da prevalência de obesidade infantil no Brasil evidência a necessidade de estratégias eficazes de prevenção, especialmente em ambientes escolares. Embora a escola seja reconhecida como espaço estratégico para ações de promoção da saúde, muitas intervenções carecem de abordagens educativas que estimulem mudanças sustentáveis nos hábitos alimentares e níveis de atividade física. Nesse contexto, o letramento funcional em saúde (LFS) surge como abordagem promissora para promover autonomia dos indivíduos em relação às suas escolhas de saúde. No entanto, são poucas as evidências sobre os efeitos do LFS em parâmetros físicos e alimentares de crianças em idade escolar, especialmente em modelos de educação integral no Brasil. OBJETIVO: Investigar o impacto de um programa de LFS sobre medidas antropométricas, componentes da aptidão física e consumo alimentar em estudantes do sexto ano do ensino fundamental II de uma escola de tempo integral localizada em Palmas-TO. MÉTODOS: Estudo antes e depois com grupo único, com 12 escolares entre 10-12 anos. Foram aplicadas avaliações pré e pós-intervenção utilizando testes do PROESP-BR (sentar-se e alcançar, abdominais em 1 minuto, corrida/caminhada de 6 minutos, salto horizontal, arremesso de medicine ball, teste do quadrado e corrida de 20 metros), medidas antropométricas (massa corporal e estatura) e o formulário de marcadores de consumo alimentar (MS, 2015). O programa de LFS incluiu seis oficinas com temas como grupos alimentares, escolhas saudáveis e estímulo à atividade física. Foram aplicados os testes t pareado, Wilcoxon e McNemar, com intervalo de confiança de 95%. RESULTADOS: Houve redução significativa na massa corporal (p<0,01) e aumento da estatura (p<0,01). Observou-se melhora no desempenho físico (abdominais, p<0,01; corrida/caminhada de 6 minutos, p=0,04) e aumento no consumo de frutas (p=0,03). CONCLUSÃO: O programa de LFS impactou positivamente indicadores físicos e hábitos alimentares, reforçando a importância da escola como espaço estratégico na prevenção da obesidade infantil.

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