Resumo

Em 2024, o Rio Grande do Norte apresentava 36% das crianças e adolescentes com excesso de peso, sendo 7,12% com sobrepeso e 6,32% com obesidade. O Ministério da Saúde recomenda tratamento multidisciplinar contínuo, com foco na promoção de estilo de vida saudável. OBJETIVO: Analisar o impacto do grau de obesidade nas alterações do perfil lipídico de crianças atendidas em um programa de tratamento da obesidade infantil no SUS. MÉTODOS: Participaram 58 crianças (30 meninas), com média de 8,3 ± 1,5 anos. Os participantes foram divididos em dois grupos: obesidade (OB, n=20) e obesidade severa (OS, n=38). A obesidade foi definida como IMC entre 100 a 119% do percentil 95 e a obesidade severa como IMC acima de 120% do percentil 95, ambos para idade e sexo. Foram realizadas análises do perfil lipídico (triglicérides, LDL, HDL e colesterol total) em jejum, em dois momentos, com intervalo médio de 5,6 ± 1,1 meses. Modelos lineares analisaram os desfechos, ajustados para idade e sexo. A interação entre grau de obesidade e avaliação foi usada para verificar diferenças entre os grupos. Os resultados foram considerados significativos quando p < 0,05. RESULTADOS: Não houve alterações significativas em LDL, triglicérides e colesterol total entre as avaliações, para ambos os grupos. Para o HDL, foi observada uma interação entre grupo e avaliações, indicando alterações diferentes entre os grupos (P < 0,05). No grupo OB, o HDL aumentou de 41,97 mg/dL (IC95%: 36,83-47,11 mg/dL) para 50,66 mg/dL (IC95%: 45,56-55,76 mg/dL). No grupo OS, aumentou de 41,75 mg/dL (IC95%: 36,30-47,21 mg/dL) para 44,50 mg/dL (IC95%: 39,10-49,91 mg/dL). CONCLUSÃO: O tratamento multiprofissional por seis meses elevou significativamente o HDL em crianças com obesidade, porém, mostrou-se menos eficaz em crianças com obesidade severa.

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