Impacto do grau de obesidade sobre as alterações lipídicas em crianças com obesidade em um programa interdisciplinar no âmbito SUS
Por Igor Natã de Souza Freitas (Autor), Eliete Samara Batista dos Santos (Autor), Mayara Sanay da Silva Oliveira (Autor), Italo Nathan da Silva (Autor), Iluska Almeida Carneiro Martins de Medeiros (Autor).
Em XV Congresso Brasileiro de Atividade Física e Saúde - CBAFS
Resumo
Em 2024, o Rio Grande do Norte apresentava 36% das crianças e adolescentes com excesso de peso, sendo 7,12% com sobrepeso e 6,32% com obesidade. O Ministério da Saúde recomenda tratamento multidisciplinar contínuo, com foco na promoção de estilo de vida saudável. OBJETIVO: Analisar o impacto do grau de obesidade nas alterações do perfil lipídico de crianças atendidas em um programa de tratamento da obesidade infantil no SUS. MÉTODOS: Participaram 58 crianças (30 meninas), com média de 8,3 ± 1,5 anos. Os participantes foram divididos em dois grupos: obesidade (OB, n=20) e obesidade severa (OS, n=38). A obesidade foi definida como IMC entre 100 a 119% do percentil 95 e a obesidade severa como IMC acima de 120% do percentil 95, ambos para idade e sexo. Foram realizadas análises do perfil lipídico (triglicérides, LDL, HDL e colesterol total) em jejum, em dois momentos, com intervalo médio de 5,6 ± 1,1 meses. Modelos lineares analisaram os desfechos, ajustados para idade e sexo. A interação entre grau de obesidade e avaliação foi usada para verificar diferenças entre os grupos. Os resultados foram considerados significativos quando p < 0,05. RESULTADOS: Não houve alterações significativas em LDL, triglicérides e colesterol total entre as avaliações, para ambos os grupos. Para o HDL, foi observada uma interação entre grupo e avaliações, indicando alterações diferentes entre os grupos (P < 0,05). No grupo OB, o HDL aumentou de 41,97 mg/dL (IC95%: 36,83-47,11 mg/dL) para 50,66 mg/dL (IC95%: 45,56-55,76 mg/dL). No grupo OS, aumentou de 41,75 mg/dL (IC95%: 36,30-47,21 mg/dL) para 44,50 mg/dL (IC95%: 39,10-49,91 mg/dL). CONCLUSÃO: O tratamento multiprofissional por seis meses elevou significativamente o HDL em crianças com obesidade, porém, mostrou-se menos eficaz em crianças com obesidade severa.