Resumo

INTRODUÇÃO: Os padrões de comportamento esperados após a perda da posse de bola são importantes e relacionados com o modelo de jogo da equipe no futebol. O bloco defensivo pode ter uma reação ativa (pressionar ao perder a posse) ou passiva (recuando e protegendo a meta). O pressing (reação ativa) é um comportamento defensivo coletivo que visa diminuir o tempo de raciocínio e o espaço de ação da equipe adversária. A adoção de diferentes reações do bloco defensivo tende a levar a distintos comportamentos das equipes e conhecê-los facilita o entendimento da sequência das ações dentro do contexto do jogo. OBJETIVO: Verificar o impacto do pressing na utilização dos corredores e na duração do ataque adversário nos jogos das fases finais da Copa do Mundo FIFA 2014. MÉTODO: A amostra foi composta por 533 sequências táticas defensivas realizadas nas fases semifinal e final da Copa do Mundo FIFA 2014. A metodologia observacional foi empregada utilizando o software Match Vision®. A normalidade dos dados foi obtida utilizando o teste Kolmogorov-Smirnov. Recorreu-se ao teste U de Mann-Whitney para a comparação das variáveis (p < 0,05). RESULTADOS: Ao comparar as sequências táticas defensivas, houve diferença no tempo de duração das jogadas frente ao pressing e à reação passiva (Md = 14,00 vs 27,00, respectivamente; p < 0,001). Também houve diferença no número de corredores utilizados pelo ataque adversário (p < 0,001), sendo que com o pressing nenhuma das jogadas se findou utilizando apenas um corredor, já perpassando por dois corredores em 69 (26,5%) das situações e pelos três corredores em 191 (73,5%) das sequências. Quando a reação foi passiva, o desfecho utilizando apenas um, somente dois ou os três corredores aconteceu em 1 (0,4%), 34 (12,5%) e 238 (87,2%) das vezes, respectivamente. CONCLUSÃO: O presente estudo encontrou diferenças no número de corredores e no tempo de duração das jogadas ao analisar diferentes comportamentos defensivos. O constrangimento espaço-temporal gerado pela adoção do pressing fez com que as equipes que o enfrentam tenham um menor tempo de duração da fase ofensiva, bem como uma menor frequência de circulação da bola pelos três corredores se comparado com as situações nas quais o bloco de marcação adota uma postura passiva no momento de defesa. 

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