Resumo

Estima-se que 1 em cada 7 jovens tenha problemas de saúde mental e que 3,5% dos adolescentes entre 15 e 19 anos sofram de depressão. O exercício físico é um fator de proteção para saúde física, cognitiva e mental dos jovens, e o treinamento intervalado de alta intensidade (HIIT) têm demonstrado benefícios mensuráveis na saúde mental de adolescentes. Objetivo: Avaliar o efeito de 12 sessões de HIIT na mudança dos sintomas depressivos em adolescentes. Métodos: Ensaio randomizado por cluster com 199 adolescentes (idade média de 16 anos) do Instituto Federal do Rio Grande do Sul - IFRS, Campus Rio Grande. Seis turmas do segundo ano foram randomizadas: duas alocadas ao Grupo Intervenção (n=65) que realizou 12 sessões de HIIT com 10 minutos de duração, e quatro ao Grupo Controle (n=134) que manteve as aulas habituais de educação física. Os sintomas depressivos foram avaliados antes e após a intervenção pela Escala de Depressão, Ansiedade e Estresse para Adolescentes (EDAE-A), com classificação em cinco categorias. A mudança na classificação dos sintomas depressivos foi analisada por regressão de Poisson e a diferença nos escores foi avaliada por regressão linear múltipla, ambas ajustadas por fatores sociodemográficos e comportamentais. Resultados: Apenas 21,4% dos adolescentes apresentaram melhora na classificação dos sintomas depressivos. Entretanto, o grupo intervenção teve 69% mais chance de melhorar na classificação de sintomas depressivos comparado ao grupo controle (RP=1,69; IC95%= 0,99; 2,89; p=0,053), indicando um efeito marginalmente significativo. Além disso, o grupo intervenção apresentou escore 2,3 (IC95%= -4,4; -0,2; p=0,035) menor que o grupo controle após o HIIT. Conclusão: Esses achados apontam para um efeito positivo do HIIT nos sintomas depressivos em adolescentes, com redução significativa no escore e uma tendência à melhora na classificação. Isso sugere que o HIIT pode ser uma estratégia viável para promover a saúde mental de adolescentes.

Acessar