Inatividade física está associada com piora da qualidade do sono em jovens universitários: um estudo transversal UNILIFE-M/PE
Por Radmila Arantes do carmo (Autor), Marília Felício Lopes (Autor), Christian Williams de Oliveira (Autor), Santiago Souza Valdes (Autor), Marcela Felício Lopes (Autor), Aluísio Andrade Lima (Autor).
Em XV Congresso Brasileiro de Atividade Física e Saúde - CBAFS
Resumo
atividade física e o sono são comportamentos importantes para a manutenção da saúde física e mental em jovens. Entretanto, o ingresso na universidade é um período de transição nessa população, que ocasiona mudanças na rotina dos estudantes, podendo também interferir negativamente nesses hábitos de vida. Entretanto, se a inatividade física está associada com a qualidade do sono nestes indivíduos, ainda precisa ser melhor testado. OBJETIVO: Analisar a associação entre inatividade física e a qualidade do sono de estudantes universitários. MÉTODOS: Trata-se de um estudo transversal, parte da coorte multicêntrica The UNIversity student's LIFEstyle and Mental Health Study (UNILIFE-M). Participaram do estudo 938 calouros da Universidade Federal Rural de Pernambuco (Idade=20±4 anos) de ambos os sexos (51,4% mulheres). Os dados sociodemográficos (idade, sexo, grupo étnico e índice de massa corporal - IMC) foram coletados. Além disso, a atividade física foi avaliada através do questionário Short Multidimensional Inventory Lifestyle Evaluation (SMILE). Enquanto a qualidade do sono foi avaliada por um questionário específico, a Escala de Avaliação do Sono de Pittsburgh (PSQI). Para a análise estatística, foi realizada uma regressão logística binária ajustada por sexo, idade, grupo étnico e IMC. RESULTADOS: Problemas do sono foram identificados em 25,7% dos participantes. Enquanto, apenas 27,7% relataram "sempre" se exercitar por pelo menos 30 minutos por dia. Além disso, os estudantes considerados inativos fisicamente apresentaram maior chance de terem problemas no sono (OR=1,66; IC95%: 1,20-2,30), independentemente de idade, sexo, grupo étnico e IMC. CONCLUSÃO: Portanto, independentemente de fatores de confusão, estudantes inativos fisicamente apresentam 66% mais chance de ter uma pior qualidade do sono. Esses achados ressaltam a importância da criação de programas institucionais e também de políticas públicas que incentivem a prática regular de atividade física entre os estudantes como uma estratégia para melhorar a qualidade do sono.