Resumo

Altos índices de gordura visceral em mulheres na pós-menopausa estão relacionados com maior risco de morbidades e mortalidade. O treinamento de força (TF) é usado como um meio para reduzir a gordura visceral (GV). No entanto, as alterações da GV dependentes do TF são heterogêneas em mulheres na pós-menopausa. Diante disto, identificar mediadores que reflitam reduções da GV são esforços desafiadores, uma vez que a diminuição da GV é dependente de um balanço calórico negativo induzido pelo TF. OBJETIVO: Verificar se a quantidade de massa muscular influencia a perda de GV após 24 semanas de TF. MÉTODOS: Foram selecionadas 66 mulheres [idade: 61±7,6 anos, atividade física: 386±370 min./semana, GV: 1107±598, % gordura: 43±5%, índice de massa muscular (IMM): 7±1Kgm²] de um projeto longitudinal de TF. Nesse projeto foram aplicados diferentes protocolos de treinamento: [protocolo 1 (n=19): série única de 8 a 12 RM; protocolo 2 (n=23): série única de 25 a 30 RM; protocolo 3 (n=13): três séries de 8 a 12 RM; protocolo 4 (n= 11): seis séries de 8 a 12 RM]. O TF foi composto por oito exercícios (leg press 45°, peck deck, flexão de perna, puxador de costas, extensão de perna, tríceps scott, panturrilha em pé, e abdominal supra no chão), com intervalo entre as séries de 90 segundos durante toda intervenção com frequência de treinamento de três sessões por semana em dias alternados (24 semanas). A composição corporal e o IMM foram obtidos pela absorciometria de raio-X de dupla energia (Lunar iDXA, GE Lunar, Madison, Wis., USA). A GV foi obtida por meio de iDXA (Encore software, versão 14.10). A energia total foi obtida através de um recordatório alimentar de 24 horas em dois dias durante a semana e um no final de semana. Para análise estatística utilizou-se regressão linear múltipla e P<0,05. RESULTADOS: Houve uma redução de 64±170g na GV, sem diferença entre os protocolos (P=0,323). Houve uma associação negativa entre o IMM e as alterações da GV, independentemente da idade, consumo de energia, protocolos de treinamento, tempo de AF e frequência de treinamento (B=-52,8, EP=21,3, P=0,017). CONCLUSÃO: A quantidade de massa muscular no início do TF é independentemente associada à redução da GV em mulheres na pós-menopausa.

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