Interseções entre lazer, turismo e espaço público: o caso dos músicos de rua

Parte de Lazer e territorialidades: tessituras sociais, culturais e políticas . páginas 81 - 98

Resumo

No século XXI, já não é novidade que as artes passam a ocupar as ruas das cidades, transformando esses lugares, que estavam destinados às passagens, em territórios de encontros, de comunicações, de resistências e de significações simbólicas de um povo. As artes nas ruas assumem certo glamour na contemporaneidade, no qual a beleza, a liberdade e o consumo são elementos presentes em suas significações. É possível observar nas metrópoles o cinza urbano sendo trocado pelo colorido do movimento street art1 . Suas telas gigantes moldadas nas paredes de edifícios, nas laterais dos viadutos de grandes corredores automobilístico, nas escadarias de diversos acessos, nos muros de terrenos baldios etc., se multiplicam pela cidade, retratando “com bom humor o contexto social, político, ambiental e surreal de nossa “insana” sociedade” (ASSIS, 2012). Também, é preciso colocar os holofotes sobre o aumento do número de artistas nos semáforos de longa duração da cidade e que, em um tempo cronometrado, lançam ao ar a barra que, girando em chamas, é recuperada com destreza com a utilização de dois bastões; coreografam bolinhas que voam em distintas direções e movimentos, apresentando um divertido malabarismo; iniciam uma performance de street dance da cultura hip-hop; andam de monociclo; fazem pirâmide humana, enfim, uma infinidade de movimentos circenses e artísticos, levando ao público, nos instantes prévios da engrenagem da primeira marcha, lampejos lúdicos na fração de tempo de parada obrigatória.