Resumo

Através do paradesporto a pessoa com deficiência física (DF) pode ter maior participação social, acesso a lazer ativo ou esporte de alto rendimento. As Paralimpíadas Escolares (PE) do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) é o maior evento para participação e detecção de talentos. Ao observar o cenário nacional da paranatação é possível identificar lacunas de acesso e desenvolvimento esportivo. OBJETIVO: Identificar na prova 50m livre das PE de 2018 a 2024 o número de participantes, classe, idade, desempenho e suas relações. MÉTODO: foram coletados 620 resultados do 50m livre (243 feminino, 376 masculino) de 2018 a 2024 publicados no site do CPB, em 2020 o evento não ocorreu devido a pandemia COVID-19, e os dados de 2022 não estão disponíveis. Os atletas com DF são classificados de S1 a S10, sendo menor número maior o comprometimento motor e maior tempo de prova. A ANOVA foi aplicada para comparar o desempenho, considerando p<0,05. RESULTADOS: O número de participantes na prova em 2023 (n=197) e 2024 (n=172) foi maior que o dobro da média dos anos anteriores (84), podendo ser devido a mudanças nos critérios de participação. Descritivamente, a participação nas classes até S4 não aumentou com o tempo, indicando ainda necessidades de maior incentivo para pessoas com maior comprometimento motor. A idade não foi relevante para o desempenho (p=0,059), o mesmo para a comparação entre anos (p=0,297), indicando que a modalidade não evoluiu. Verificou-se apenas diferenças entre classes (p<0,001), sendo que as classes de S1 a S5 não foram significativas. CONCLUSÃO: Este retrato pode indicar problemas no desenvolvimento da modalidade desde o treinamento, incentivo a classes baixas e parâmetros para participação na competição.

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