Resumo

Técnica é um gesto personalizado, criado, gerido e transformado pelo jogador durante o jogo buscando solucionar problemas táticos emergentes naquele ambiente, ou seja, a técnica é situacional, pois sua construção está ligada às experiências oriundas dos constrangimentos do meio, e flexível, acompanhando a imprevisibilidade do jogo. Baseado neste princípio, e através de proposta interacionista, este estudo apresenta dados de uma pesquisa longitudinal aplicada e analisada em programa de extensão universitária que acompanhou durante oito meses 11 crianças e jovens de nove a doze anos. Objetivo: Apresentar ações aplicadas e observadas da construção técnica dos participantes. Metodologia: De cunho qualitativo e do tipo propositiva descritivaexploratória, analisamos os dados das anotações em Diário de Campo e Relatórios de Aula. Resultados: A adaptação do treino de uchikomi (entrada de golpe) com movimentação proposital, com o uke (quem será derrubado) ora puxando, ora empurrando e ora girando, e sem determinação da técnica a ser aplicada pelo tori (quem realiza o golpe) promoveu no “puxar” golpes de perna (ashi-waza); no “empurrar” golpes de quadril (koshi- waza) e “girar” além dos golpes de perna e quadril, golpes de sacrifício (sutemi-waza) e mão (te-waza). Já o randori (jogo de luta) com divisão de tori e uke, sendo que o uke oferecia diversas movimentações e o tori realizava tentativas de ataque sem se preocupar em estar exposto a um contra-ataque, foi importante por desacelerar o jogo para que, com tranquilidade, pudesse construir e experimentar gestos técnicos conforme as situações oferecidas. Conclusões: Estes exemplos têm transferência direta para os jogos do judô (randori e shiai) e são representativos. Eles ofereceram variadas opções de respostas, promoveu a criação de conceitos diretamente ligados à lógica interna do judô e exigiu desenvolvimento técnico e tático para realizarem as atividades com êxito e coerente com as situações

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