Laban e kendô: uma intersecção possível

O kendô, também conhecido como a esgrima japonesa, é uma arte marcial originada na doutrina samurai. Seus praticantes, para além de controlarem o seu corpo e tomarem decisões rápidas com relação ao oponente, precisam também dominar um implemento, a espada. Todo o contexto de prática e de luta demandam a percepção da tensão corporal nos diferentes momentos, do espaço, principalmente da distância em relação ao oponente, da variação de tempo de golpe e do ritmo de luta, entre outras competências. Objetivo: O objetivo deste relato é descrever a experiência da utilização dos fatores de movimento propostos por Laban (tempo, espaço, peso e fluência) para aperfeiçoar a percepção corporal dos participantes da turma de kendô de um projeto universitário. Desenvolvimento: Ao longo do primeiro semestre de 2024, o planejamento das aulas foi pensado para, em todas as sessões, focar em um dos fatores de movimento citados, que seria o eixo de trabalho em todas as suas partes. Após o momento de aquecimento, aos praticantes foram propostas atividades focadas especificamente nos fatores, mas que não necessariamente utilizavam dinâmicas tradicionais da prática. Na parte principal da aula, quando o foco eram conteúdos mais específicos, como os golpes por exemplo, os praticantes eram estimulados a associar a dinâmica que estava ocorrendo com o fator trabalhado anteriormente. Sugestões: A experiência nos mostrou que é possível fazer intersecções entre conhecimentos originados de áreas diferentes, nesse caso as artes marciais e a dança, para enriquecer a experiência dos praticantes. Ademais, o fato do grupo ser formado por pessoas adultas, permitiu que através da associação proposta, fosse possível aperfeiçoar a percepção corporal dos praticantes, além de permitir uma vivência mais reflexiva e menos (somente) repetitiva dos movimentos e situações.

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