Resumo

INTRODUÇÃO: Do ritual funerário aos espetáculos nos anfiteatros, os gladiadores desempenharam papéis sociais que se modificaram ao longo dos séculos século VIII a.C. ao século V d.C. da Antiga Roma.
OBJETIVO: Com foco histórico-educacional, este texto tem o objetivo de analisar as escolas de treinamentos (Ludi gladiatorial) como modelo formativo nas formas de lutar, armamento, preparamento físico, estruturas de espetáculos, regras de lutas e convivência dos profissionais dos espetáculos de combate.
MÉTODOS: Para tanto, recorri à pesquisa bibliográfica nas obras de Veyne (2009, 2015), Poehler (2013), Garraffoni (2004, 2005, 2006, 2007, 2008, 2010), Site do Parque Arqueológico de Pompeia, entre outras obras e fontes que favorecessem a compreensão da trajetória do gladiador e da sua formação para responder às necessidades daquela sociedade, mesmo que, considerados pertencentes à atividade infame, os gladiadores eram requisitados em rituais comemorativos religiosos, militares e entretenimento nos anfiteatros e em outros espaços sociais, institucionalizando os locais de treinamentos e da trupe (familiae gladitoriae) no contexto sociocultural e administrativa de romanos e não-romanos.
RESULTADOS: As escolas de treinamento foram as instituições de preparação física, técnica e convivência entre diferentes sujeitos (lanistas, preparadores, lutadores e fãs) que institucionalizaram a profissão de lutadores nos espetáculos nas cidades locais e em trupe pelas cidades circunvizinhas e difundiam imagens de lutadores, atletas e gladiadores evidenciando a fama desses representantes da classe infâmia, contudo também revelam o modelo formativo aos jovens pela referência à coragem de “morrer lutando”, beirando o heroísmo, seja para fins militares e políticos, seja para fins disciplinares e punitivos. Tal mensagem incorpora-se aos espetáculos de massa, bem como à violência nas arenas.
CONCLUSÃO: Naquela instituição, o modelo de formação do gladiador foi sedimentado pelos rituais funerários (munus), comemorações religiosas, conquistas de guerras e punição aqueles considerados “fora da lei romana”, sem esquecer de mencionar que tal modelo era exemplo de virilidade, força e fama atraindo jovens e voluntários da Roma Antiga e institucionalizando o combate de gladiadores em todo o domínio romano.

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