Maternidade, paternidade e atividade física de lazer em adultos jovens: resultados preliminares da Coorte de Nascimentos de 1993 de Pelotas

Tornar-se mãe/pai causa mudanças na rotina e pode influenciar comportamentos de saúde, incluindo a redução na prática de atividade física (AF) de lazer. O objetivo deste estudo foi investigar a associação entre ter filho(s), número de filhos e a idade do filho mais novo com a prevalência de AF de lazer em adultos. Trata-se de um estudo transversal utilizando dados do acompanhamento de 30 anos da Coorte de Nascimentos de 1993 de Pelotas, RS (n=3289). A prevalência de AF de lazer (≥150 minutos por semana) foi avaliada utilizando o IPAQ. Para as análises de associação foi utilizada a regressão de Poisson, ajustada para índice de bens. As análises foram estratificadas por sexo. A maioria da amostra era do sexo feminino (55,8%) e tinha filho(s) (53,9%) aos 30 anos. A prevalência de AF de lazer foi maior entre aqueles sem filhos em comparação aos que tinham filho(s) (feminino: 45,7% vs. 30,5%; masculino: 59,3% vs. 41,5%). Maior número de filhos foi associado a menor prevalência de AF de lazer. As mulheres que tinham ≥3 filhos apresentaram prevalência 50% menor de AF de lazer (RP:0,50; IC95%:0,37-0,69) e os homens 29% menor (RP:0,71; IC95%:0,54-0,94), comparados aos seus pares sem filhos. A idade do último filho foi associada com AF de lazer apenas no sexo feminino. Mulheres cujo filho mais novo tinha ≥5 anos de idade apresentaram prevalência duas vezes maior de AF de lazer (RP:2,04; IC95%:1,52-2,74), comparadas àquelas cujo filho mais novo tinha <2 anos. Conclui-se que a maternidade/paternidade, especialmente entre mulheres e com filhos bebês ou maior número de filhos, está negativamente associada à prática de AF de lazer. Esses resultados reforçam a necessidade de promoção e políticas públicas que facilitem o acesso ao lazer e a prática de AF de lazer para jovens adultos com filhos.

Acessar