Mulheres no judô: aprendizados que se transferem para a vida
Por Leopoldo Katsuki Hirama (Autor), Bruna Santana de Jesus (Autor), Poliana Menezes dos Santos (Autor), Cássia dos Santos Joaquim (Autor), Sueli Dias Araújo Santana (Autor).
Em IV Congresso Internacional de Pedagogia de Esporte - CONIPE
Resumo
O judô, em sua essência, estimula valores como respeito, humildade, suavidade, vivenciados para além dos tatames. Criado por Jigoro Kano em 1882 com o intuito de usar em seus golpes mais a inteligência do que a força e com aspectos, que podemos chamar de filosóficos, permeando sua prática, os seus ensinamentos extrapolam o saber lutar. Objetivo: Essa pesquisa busca entender as transposições que mulheres adultas praticantes de judô em programa de extensão universitária realizam de seus ensinamentos para seu dia a dia através da análise de redações solicitadas como pré-requisito para o exame de faixa, com o tema: “Quais aprendizados obtidos no judô relacionam-se com sua vida? ”. Metodologia: Análise documental de 11 redações de mulheres graduandas, por meio da Análise de Conteúdo. Resultados: Destaca-se a percepção de transposição de aspectos desenvolvidos no judô para a vida em geral, como respeito, cuidado do espaço, a importância da hierarquia, aprender a se levantar, persistir, ser capaz, e que cair nem sempre é ruim, exemplificados por trechos das redações: “[...] aprender a ser vulnerável, em geral, sempre foi um dos meus maiores desafios, inclusive no começo do judô.” (Participante 2); “[...] a força é mental e física, saber dosar a força física exige força mental [...] por que não posso? Se até judô luto” (Participante 5); “[...] me considero uma pessoa muito acelerada, o judô está me ensinando a ter mais paciência e escutar mais e não agir por impulso. ” (Participante 10); “[...] cair no judô torna qualquer queda na vida menos dolorosa. ” (Participante 11); e, “[...] a importância de saber cair, saber “perder”, saber olhar a derrota como um aprendizado e não como uma perda” (Participante 7). Conclusões: O judô, para essas mulheres, transcende a relação da prática e se estende em seu cotidiano, demonstrando a importância de espaços assim.