Resumo

O judô, em sua essência, estimula valores como respeito, humildade, suavidade, vivenciados para além dos tatames. Criado por Jigoro Kano em 1882 com o intuito de usar em seus golpes mais a inteligência do que a força e com aspectos, que podemos chamar de filosóficos, permeando sua prática, os seus ensinamentos extrapolam o saber lutar. Objetivo: Essa pesquisa busca entender as transposições que mulheres adultas praticantes de judô em programa de extensão universitária realizam de seus ensinamentos para seu dia a dia através da análise de redações solicitadas como pré-requisito para o exame de faixa, com o tema: “Quais aprendizados obtidos no judô relacionam-se com sua vida? ”. Metodologia: Análise documental de 11 redações de mulheres graduandas, por meio da Análise de Conteúdo. Resultados: Destaca-se a percepção de transposição de aspectos desenvolvidos no judô para a vida em geral, como respeito, cuidado do espaço, a importância da hierarquia, aprender a se levantar, persistir, ser capaz, e que cair nem sempre é ruim, exemplificados por trechos das redações: “[...] aprender a ser vulnerável, em geral, sempre foi um dos meus maiores desafios, inclusive no começo do judô.” (Participante 2); “[...] a força é mental e física, saber dosar a força física exige força mental [...] por que não posso? Se até judô luto” (Participante 5); “[...] me considero uma pessoa muito acelerada, o judô está me ensinando a ter mais paciência e escutar mais e não agir por impulso. ” (Participante 10); “[...] cair no judô torna qualquer queda na vida menos dolorosa. ” (Participante 11); e, “[...] a importância de saber cair, saber “perder”, saber olhar a derrota como um aprendizado e não como uma perda” (Participante 7). Conclusões: O judô, para essas mulheres, transcende a relação da prática e se estende em seu cotidiano, demonstrando a importância de espaços assim.

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