Resumo

O judô é reconhecido por seus diversos benefícios alçados por meio da sua prática. Esta arte marcial foi criada por Jigoro Kano em 1882 a partir de seus intensos estudos com o jujustsu. No Brasil, diversas vertentes apontam sobre a chegada desse esporte em nosso território, dentre as mais difundidas nos espaços de prática e fomento da modalidade está a denominada vertente intencional, que se refere à chegada do mestre Conde Koma e sua trupe no país, realizando apresentações em diversos locais, envolvendo apostas financeiras. Outra vertente também difundida é intitulada de ocasional, que é relacionada à chegada dos japoneses no Brasil no século XX, e que por consequência do processo imigratório ocorrido na época, praticavam o judô dentro de suas colônias como forma de manutenção de sua cultura. Desde então a modalidade ganha força e atualmente a sua prática pode ser vista em diversos estados do país, dentre eles, a Bahia. Apesar do estado baiano possuir mais de 123 academias filiadas com milhares de atletas, inclusive de reputação nacional, não são encontrados estudos que apontem a origem e os motivos de sua difusão. Portanto, o presente estudo teve como objetivo compreender o processo de disseminação do judô no estado da Bahia. Para tal, será aplicada a abordagem de cunho qualitativo do tipo exploratória-descritiva, com o método de História Oral. Como instrumentos de coleta foram utilizados entrevistas e diários de campos, que serão organizados, categorizados e interpretados segundo a Análise de Conteúdo. Os resultados iniciais apontam que o judô chega nas mesorregiões do estado a partir da década de 1960, 1970, 1980, com personagens distintos, mas que se cruzam em determinado momento da história e ganha perfusão no estado baiano a partir de um trabalho intencional de diversos senseis, que, dentre tantos outros motivos, o desejo de passar a diante o ensino e aprendizado da modalidade é fundamental nesse processo. Como conclusões iniciais e a partir das análises feitas, acreditamos que o judô se desenvolve por um modelo artesanal de ensino, tendo a formação de novos judocas e a abertura de novos espaços de práticas em outras regiões do estado como aspectos relevantes na disseminação da modalidade na Bahia.

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