Resumo

A força muscular reduzida e fragilidade estão associadas à piora do quadro da COVID-19, aumentando o tempo de internação e o risco de mortalidade. Em contrapartida, maior nível de atividade física melhora a resposta vacinal, aumentando a produção de anticorpos. Entretanto, não está claro se existe relação entre a força muscular e a produção de anticorpos para a COVID-19 em adultos. OBJETIVO: Verificar a relação da força de preensão manual e a produção de anticorpos após a primeira dose da vacina contra a COVID-19 em adultos e comparar a resposta vacinal de acordo com a força muscular dos indivíduos. MÉTODOS: Participaram deste estudo 114 adultos (idade= 41,9 ± 9,1 anos), os quais foram avaliados pré e pós 12 semanas da vacinação contra a COVID-19. Coletas de sangue foram obtidas para análise da imunoglobulina G (IgG) contra proteína Spike (S) do SARS-CoV-2, usando imunoensaios de micropartículas quimioluminescentes da Abbott Diagnosis e os participantes auto relataram se haviam contraído COVID-19, antes e após o esquema vacinal. A avaliação da força muscular foi verificada por meio do teste de preensão manual, por meio do dinamômetro digital. A correlação de Spearman foi utilizada para testar o grau de correlação entre a força muscular e o delta absoluto da concentração de anticorpos. A amostra foi categorizada de acordo com a mediana da força muscular de preensão manual (<34 kg ou ≥34 kg) e a Análise de Covariância (Ancova) foi aplicada, comparando as concentrações de anticorpos pós 12 semanas, ajustado pela concentração de anticorpos pré vacinação, de acordo com os grupos. O nível de significância foi estabelecido em p<0,05. RESULTADOS: Vinte e um indivíduos contraíram COVID-19 antes da primeira dose da vacina e dois indivíduos após a primeira dose. Houve correlação positiva e estatisticamente significante entre a força de preensão manual e o aumento na produção de anticorpos (rho= 0,20; p= 0,03). Houve aumento estatisticamente significante na concentração de anticorpos após 12 semanas da vacinação (<34 kg: pré= 130,1 ± 332,4 vs. pós= 2879,7 ± 6150,5 AU/ml; ≥34 kg: pré= 161,2 ± 301,2 vs. pós= 4086,1 ± 5390,3 AU/ml, F= 40,290; p<0,001), porém a Ancova não identificou diferença estatisticamente significante entre os grupos (F= 0,967; p= 0.328). CONCLUSÃO: A força de preensão manual está positivamente relacionada com a produção de anticorpos após a primeira dose (12 semanas) da vacina contra a COVID-19 em adultos. Entretanto, não houve diferença significante na resposta vacinal de acordo com os níveis de força analisados.

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