Obesidade e qualidade do sono: avaliação preliminar do uso do aplicativoLevantaê!App".
Em XV Congresso Brasileiro de Atividade Física e Saúde - CBAFS
Resumo
A obesidade está associada a distúrbios do sono e diversas comorbidades, sendo a má qualidade do sono um fator agravante da saúde geral. A prática regular de atividade física pode contribuir para mitigar esse quadro, por meio de adaptações neuroendócrinas e metabólicas, como o aumento da produção de adenosina e serotonina, reguladoras do ciclo sono-vigília. Indivíduos mais ativos tendem a apresentar menor latência para dormir, maior tempo em sono profundo e menor fragmentação, favorecendo a recuperação fisiológica e o bem-estar. O objetivo deste estudo foi avaliar a eficácia preliminar do aplicativo Levantaê!App na qualidade do sono de pacientes com obesidade grave. Trata-se de um ensaio clínico randomizado realizado em hospital-escola do Recife, com 34 participantes (26 mulheres), idade média de 41,6 anos (20-59) e IMC médio de 48,0 ± 9,0 kg/m². O nível de atividade física foi mensurado pelo questionário de Baecke (BAEKE) e a qualidade do sono pelo Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh (PSQI-BR). Os participantes foram alocados em três grupos: Controle (n=9; acompanhamento habitual), Placebo (n=12; aplicativo informativo) e Intervenção (n=13; Levantaê!App com notificações e registros). As avaliações ocorreram antes e após quatro semanas. Nos resultados preliminares, o escore médio do BAEKE passou de 6,83 ± 1,72 para 6,97 ± 1,64, mantendo-se em nível baixo. A má qualidade do sono foi observada em 67,6% da amostra na linha de base e em 50% após a intervenção, com seis participantes apresentando melhora individual. Entretanto, não houve diferença significativa na interação grupo vs. tempo [F=1,451(1); p=0,238]. Conclui-se que, até o momento, o Levantaê!App não promoveu melhora estatisticamente significativa na qualidade do sono em pacientes com obesidade grave. Destaca-se que estes são dados preliminares, limitados pelo curto período de acompanhamento e pelo tamanho da amostra, reforçando a necessidade de investigações futuras mais robustas.