Resumo

A atividade física (AF) é importante para manter a força muscular (FM) e desempenho físico (DF) em idosos, mas idosos com obesidade sarcopênica (OS) têm reduções mais acentuadas nesses parâmetros. OBJETIVO: Verificar associações entre a OS e parâmetros de FM e DF em idosos suficientemente ativos. MÉTODOS: Foram analisados 72 idosos (75% mulheres) suficientemente ativos (IPAQc). OS foi determinada pelos critérios de massa gorda (≥25% para homens e ≥35% para mulheres) e tecido mole magro apendicular (<19,75kg para homens e <15,02kg para mulheres). Foram medidos parâmetros de FM (extensão de joelho unilateral isocinético, RM bilateral em cadeira extensora e força de preensão manual [FPM]) e DF (caminhada de seis minutos [C6M], time up and go [TUG] e velocidade da marcha [VM]). Os idosos foram classificados em quatro grupos, por sexo e OS. Os grupos de OS foram comparados (Intra sexos) nos parâmetros de FM e DF. Foi realizada regressão linear múltipla para verificar associações entre OS e FM/DF. Foi realizada regressão logística binária para verificar o quanto a FM e DF estão associadas às chances (odds ratio [OR]) de os idosos terem OS. Foram realizados ajustes em blocos por variáveis de confusão (modelo bruto; modelo 1 = características sociodemográficas; modelo 2 = características sociodemográficas, estado nutricional, número de medicamentos ingeridos e comportamentos de risco à saúde). RESULTADOS: Cerca de 56% da amostra foi classificada com OS. Apenas a FPM apresentou superioridade no grupo sem OS, para ambos os sexos (homens: t=2,265; p=0,042; mulheres: t=2,037; p=0,038). O teste de C6M apresentou superioridade estatística apenas para o sexo masculino sem OS (t=2,993; p=0,009). A OS explicou negativamente a variabilidade da FPM, mesmo ajustado para variáveis de confusão (β=-0,210; p=0,024). O mesmo observado para o teste de C6M (β=-0,573; p=0,013) apenas no modelo bruto. A regressão logística binária mostrou que apenas o aumento da FPM está associado à diminuição das chances de os idosos apresentarem OS (OR=0,784 [IC 95%=0,654 a 0,940]; p=0,038), mesmo ajustado para variáveis de confusão. CONCLUSÃO: Esses resultados sugerem que a AF pode ser um fator protetor contra a perda de FM e redução do DF em idosos com OS. Portanto, a prática regular de AF deve ser incentivada em idosos como uma medida de prevenção e gerenciamento da OS, especialmente para aqueles que já foram diagnosticados com a condição.

Acessar