Papel moderador do sexo sobre os efeitos de três anos de lições fisicamente ativas e pausas ativas nas funções executivas de escolares: um ensaio clínico randomizado por cluster
Por José Ywgne Vieira do Nascimento (Autor), João Carlos N. Melo (Autor), Larissa Gandarela (Autor), David N. Oliveira (Autor), Danilo Rodrigues Pereira da Silva (Autor).
Em XV Congresso Brasileiro de Atividade Física e Saúde - CBAFS
Resumo
ições fisicamente ativas(LFA) e pausas ativas(PA) podem beneficiar a saúde cerebral de crianças, mas seus efeitos longitudinais nas funções executivas, especialmente quanto à diferença entre sexos, são pouco compreendidos. OBJETIVO: Analisar a efetividade de três anos de LFA e PA nas funções executivas de escolares, considerando sexo como moderador. MÉTODOS: Ensaio clínico randomizado por cluster, realizado durante três anos em seis escolas públicas do ensino fundamental de Aracaju/SE. As escolas foram alocadas: 1)LFA(n=77), aulas de 30-50min combinando atividade física e conteúdo acadêmico(1x/dia, 2x/semana); 2)PA(n=61), intervalos curtos(5-10min) de atividade física moderada/vigorosa(3x/dia, 2x/semana); 3)Controle(n=46), sem intervenção. Avaliou-se funções executivas, pelo tempo de reação(TR) e total de acertos(TA) no início de 2022(baseline), final de 2022(M2), 2023(M3) e 2024(M4) através de testes de controle inibitório(Go/NoGo), memória de trabalho(DigitSpan), raciocínio espacial(Mental Rotation), atenção seletiva(Busca Visual) e orientação espacial(Cueing Posner). Utilizou-se Modelos de Equações de Estimativa Generalizada para testar interações entre grupo, tempo e sexo, ajustados por idade e índice escolar. Análises realizadas no R. RESULTADOS: O sexo moderou os efeitos das intervenções apenas no controle inibitório(TR; p=0,015). Entre meninas, o LFA reduziu o TR em M2(p<0,001), com efeito sustentado em M3 e M4, enquanto o PA teve melhora em M4(p<0,001); o grupo controle não apresentou mudanças. Entre meninos, o controle melhorou em M3(p=0,003), mas não manteve em M4; o PA reduziu o TR em M4(p=0,021). Comparando as mudanças em relação ao baseline entre os grupos(diferença das diferenças), entre meninas, o LFA teve redução maior que o controle em M3(p=0,004) e maior que o PA em M2 e M3(p=0,002; p=0,001); entre meninos, o PA apresentou redução maior que o LFA em M4(p=0,020). CONCLUSÃO: O sexo pode moderar o efeito das intervenções no controle inibitório, com LFA beneficiando as meninas no M2, enquanto as PA promoveram efeitos tardios no M4 tanto em meninas quanto em meninos.