Participação nas aulas de educação física e preferências por atividades físicas no tempo livre entre moças e rapazes adolescentes: um estudo de tendência temporal

A prática de atividade física e a participação em aulas de educação física é essencial à saúde dos adolescentes, contudo persiste a desigualdade quanto à participação entre os sexos. OBJETIVO: Avaliar a tendência da participação nas aulas de educação física e as preferências de atividade física no tempo livre entre rapazes e moças adolescentes. MÉTODOS: Trata-se de um estudo de tendência temporal com alunos do ensino médio da rede pública, com idades entre 14 e 19 anos de Caruaru, Pernambuco, nos anos de 2014, 2017 e 2022, sendo avaliadas as atividades realizadas no tempo livre e suas características no decorrer dos anos. Foram realizadas análises estatísticas descritivas e inferenciais, sendo as inferenciais considerando p<0,05. RESULTADOS: Foi observado entre os 2.102 adolescentes coletados um aumento na prática de atividade física no tempo livre entre as meninas (34,6% em 2014; 55,8 em 2017 e 55,6% em 2022; p<0,001) concomitante a uma maior participação dos meninos nas aulas de educação física (75,1%; 83,3% e 84,8%; p=0,007), além da diminuição na adesão por esportes coletivos (31,0%; 21,6% e 15,9%; p<0,001) e crescimento na escolha por atividades rítmicas (8,9%; 6,5% e 17,1%; p<0,001) principalmente pelas moças. CONCLUSÃO: Mesmo ocorrendo um aumento no nível de atividade física das meninas, os meninos continuam com uma maior preferência para as práticas esportivas, diferentemente das meninas que continuam preferindo atividades rítmicas. Neste sentido, os achados indicam padrões distintos de envolvimento nas práticas de atividade física entre os sexos, reforçando a necessidade de políticas públicas e estratégias que promovam e incentivem a diversidade de práticas corporais entre os adolescentes.

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