Resumo

: O racismo estrutura a sociedade vigente e é fundamental para compreender a constituição das instituições e como se organizam as relações sociais atuais. O esporte, como parte da sociedade, foi constituído sob essas mesmas condições e é reprodutor de preconceitos, como o racismo, que com base em conceitos presumidos reiteram as diretrizes sociais aceitas. Essas influências afetam o desenvolvimento das pessoas negras no geral, e especialmente de mulheres negras, que sofrem com os efeitos da somatória de marcadores sociais em um ambiente majoritariamente pensado por e para homens brancos e gerido por eles, dificultando o acesso, a permanência, a identificação/percepção da situação e as mudanças necessárias dentro desse segmento. Objetivo: O presente estudo tem como objetivo principal investigar as percepções das atletas negras de basquetebol feminino sob o racismo, em suas diversas nuances, sofrido no ambiente esportivo em sua trajetória na modalidade, o nível de compreensão dos fatos tidos por elas e quais foram os efeitos em sua formação esportiva. Metodologia: Foi realizada uma entrevista com um roteiro semiestruturado de duas atletas profissionais de basquetebol feminino, realizada por plataforma online e análise temática. Resultado: Foi constatado a dificuldade de percepção do racismo em todas as áreas da carreira esportiva tendo a maior incidência conjuntamente ao racismo estrutural, a impotência e normalização das estruturas sociais e as possibilidades de reação assim como os silêncios estratégicos ocasionados pelo sistema. Conclusão: Para que o ambiente esportivo, não altere a relação dessas atletas com o esporte, seja de fato acolhedor e não imponha mais pressões na carreira dessas mulheres, a qual já estão submetidas dentro dessa área, é necessária uma conscientização da sociedade, amparada por mais estudos que divulguem e validem o racismo dentro da perspectiva de quem o sente na pele.

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