Percepções de gestores de unidades de saúde sobre o profissional de educação física e sua inserção na Atenção Primária à Saúde e colaboração interprofissional
Por Rodrigo Ossoda Moura Bandeira (Autor), Átila Alexandre Trapé (Autor), Aldaísa Cassanho Forster (Autor), José Rodrigues Freire Filho (Autor).
Em XV Congresso Brasileiro de Atividade Física e Saúde - CBAFS
Resumo
A regulamentação do profissional de Educação Física (PEF) no Brasil se deu de maneira apartada do campo da Saúde Pública. Este aspecto, dentre outros, contribuiu para retardar a incorporação deste profissional no Sistema Único de Saúde (SUS), com reconhecimento de sua relevância para o desenvolvimento da colaboração interprofissional, sobretudo no âmbito da Atenção Primária à Saúde (APS). A partir de 2006, quando são instituídas políticas que implementam as práticas corporais e atividades físicas (PC e AF), o PEF passa a ganhar mais destaque para o trabalho em equipe na APS brasileira. OBJETIVO: Analisar a inserção do PEF nos serviços de APS, a partir das percepções de gestores de equipes multiprofissionais. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS: Realizou-se uma pesquisa de abordagem qualitativa, com gestores da APS de dois municípios pertencentes ao Departamento Regional de Saúde XIII do Estado de São Paulo. Os dados foram coletados por meio de entrevistas semiestruturadas online com os gestores e foram tratados por análise de conteúdo temática, segundo a proposta de Bardin, através de três fases: pré-análise, exploração e análise e inferência. RESULTADOS: Foram elencadas categorias temáticas fundamentadas em Bardin, as quais foram emersas dos discursos dos entrevistados, estas categorias são: A importância do PEF para a colaboração interprofissional na APS; Dificuldades da inserção do PEF como membro de equipe da APS. As entrevistas evidenciaram o reconhecimento do PEF como um membro relevante da equipe de saúde. No entanto, sua atuação permanece restrita devido a obstáculos relacionados à fragilidade das relações interprofissionais, à insuficiência da infraestrutura e das condições de trabalho, bem como ao limitado financiamento e à formação profissional inadequada. CONCLUSÃO: Reconhecido como estratégico na APS, a inserção do PEF ainda enfrenta desafios. Os dados de dois municípios paulistas reforçam a necessidade de políticas que ampliem a promoção da AF no SUS e fortaleçam a atuação interprofissional.