Resumo

Dados recentes têm revelado que ocorrência de síndrome metabólica em idades pediátricas tem aumentado progressivamente (Skinner et al., 2018), aumentando significativamente o risco de uma vida adulta limitada por comorbidades importantes. Diante desse cenário, informações relacionadas ao perfil das alterações no estado nutricional de escolares são de fundamental importância, pois a partir delas pode-se planejar estratégias de combate e controle do aumento na prevalência de excesso de peso em crianças e adolescentes. OBJETIVO: Analisar o perfil de mudança no estado nutricional de escolares durante seguimento de três anos de uma escola particular do município de Londrina-PR-Brasil. MÉTODOS: Os dados do estudo foram obtidos por meio de um projeto interno no qual acompanha indicadores antropométricos, habituais e sociais que podem se relacionar ao estado de saúde da comunidade escolar. A amostra foi composta por 101 escolares (51 femininos e 50 masculinos), com idade inicial entre seis e 11 anos, sendo o acompanhamento realizado por três anos. A massa corporal e a estatura foram obtidas de acordo com os procedimentos descritos por Gordon et al (1988). A partir dessas medidas calculou-se o índice de massa corporal (IMC) por meio do quociente massa corporal/(estatura)2. Foram utilizados os pontos de corte propostos por Cole et al. (2000) para classificação do estado nutricional. RESULTADOS: As prevalências de sobrepeso, obesidade e baixo peso foram de 22%, 10% e 5%, respectivamente. A presença de sobrepeso no início do seguimento foi associada ao desenvolvimento de obesidade após três anos (X2=5,325; p=0,021). Adicionalmente, a regressão logística apontou que os participantes classificados com "sobrepeso" no início do seguimento tiveram 4,7 (1,1:19,7-IC95%) vezes mais chance de se tornarem obesos frente aos seus pares inicialmente eutróficos. CONCLUSÃO: O sobrepeso está associado ao desenvolvimento de obesidade no médio prazo em escolares.

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