Sobre
Na contemporaneidade, muito se tem discutido sobre a disruptividade da in-teligência artificial e o seu impacto em diferentes áreas. Nesse sentido, com base na Teoria Ator-Rede, proposta por Bruno Latour, esta obra toma como cer-ne do debate um aplicativo fitness que prescreve exercícios físicos com base em inteligência artificial – um “personal trainer digital”. Assim, o primeiro capí-tulo discute “quem é” o personal trai-ner digital, bem como apontamentos metodológicos para a produção desta obra. No segundo capítulo, é abordada a espetacularização fitness, que envolve a exibição de si, ao mostrar fatos coti-dianos, como a própria “transformação”. Desse modo, conscientemente ou não, o usuário colabora com a “comunidade” e a divulgação da empresa. No terceiro capítulo, é tematizada a datificação de si (conversão de si mesmo em metadados) como requisito para o funcionamento da inteligência artificial, que prescreve os treinos, já que a personalização é feita com base em dados dos usuários. Assim, o usuário adentra a cultura self-tracking e, ao navegar pela internet, aciona algo-ritmos que reconfiguram os mecanismos de vigilância e constituem uma bolha fit-ness. Por fim, é abordado o desempenho fitness, que aparece de modo ubíquo, a qualquer hora e em qualquer lugar; ga-mificado, ao reconfigurar a tradicional pedagogia do medo para a pedagogia da gamificação; e com glorificação do sofrimento, no sentido de se mostrar or-gulhoso por “superar” desafios, além de produzir uma culpabilização fitness. No último capítulo, são discutidos os prin-cipais elementos da obra, de modo que nos permite pensar novos traços de uma dada cultura fitness digital.