Resumo

A crescente quantidade de equipamentos de academias ao ar livre (AAL), colocados em parques em muitos países, inclusive no Brasil, tem a intenção de encorajar a atividade física a população. No entanto, são pouco estudos que investigam as percepções e as experiências de usuários e não usuários. A cidade de São Paulo, tem investido em instalar nas praças e parques aparelhos de academia, já são mais de 779 unidades de acordo com o Portal da Prefeitura de São Paulo e a tendência é que esse número aumente a cada dia, mas pouco se sabe sobre o projeto. Nesse contexto, o estudo teve como objetivo compreender a perspectiva dos usuários e não usuários, sobre as AAL no Município de São Paulo. O estudo se justifica, para ampliar as discussões sobre políticas públicas na área da promoção da saúde, e para compreender qual a visão que as pessoas têm sobre esse contexto. A pesquisa envolveu uma metodologia qualitativa descritiva sendo que foram selecionadas duas praças no bairro de Perus e no bairro da Freguesia do Ó, sendo que a amostra foi constituída de cinco usuários do bairro de Perus e cinco usuários do bairro da Freguesia do ó; cinco não usuários do bairro de Perus e cinco não usuários do bairro da Freguesia do Ó. A escolha das ruas dos não usuários, foram feitas por proximidade as AAL e para delimitar o limite de 500 metros aos domicílios foi utilizado aplicativo de distância. O instrumento utilizado foi a entrevista semiestruturada, sendo que as respostas foram transcritas e codificadas. Os resultados obtidos: a maioria dos usuários das AAL, sendo do sexo feminino, com média de idade de 50,8 anos. Os não usuários tiveram média de idade de 45,1 anos e consideram os espaços físicos das AAL inadequadas sendo o principal problema citado a falta de manutenção. Os usuários expressam que as instalações são boas, mas também relataram problemas similares aos dos não usuários. Em ambos os bairros, nenhum dos usuários relatou algum tipo de acompanhamento do professor de educação física ou de qualquer outro profissional da saúde. O objetivo da prática para a maioria dos usuários foi para melhorar uma doença já existente. Em relação aos motivos dos não usuários de não frequentar o espaço os mais citados foram falta de tempo e falta de motivação. Todos os não usuários teriam condições de pagar outros espaços para a prática de atividade física diferente dos usuários, pois no bairro periférico todos não teriam condições. Na questão sobre dissertar sobre políticas públicas em atividade física a maioria dos não usuários tinham mais informações e estavam mais aptos a tratar do assunto do que os usuários. Em relação as questões sobre políticas públicas em Atividade física no município e impacto das AAL nas comunidades, em ambas, a percepção dos usuários é melhor do que os não usuários. Conclui se que pensar em uma AAL ideal, com as percepções tanto de usuários como de não usuários é preciso considerar os principais pontos primordiais: a manutenção constante dos aparelhos, um espaço seguro, um professor de Educação física para instruir a utilização dos aparelhos, sendo assim uma instalação bem-sucedida é influenciado pela construção, gestão e facilidades de apoio, visando assegurar uma maior integralidade e efetividade do cuidado prestado para aumentar a capacidade de atividade física em níveis dentro da comunidade.

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