Plano uniforme de melhoramentos e embellezamento da cidade de vitória: educação dos sentidos e das sensibilidades no início do século xx

O estudo foca na educação dos sentidos e sensibilidades nas reformas do início do século XX em Vitória, especialmente entre 1908 e 1912, período marcado por diversas mudanças na capital capixaba, como nas áreas da política, educação, saneamento, segurança, lazer, arquitetura e tradições urbanas, que visavam uma transformação controlada dos espaços públicos e dos atores sociais. As análises concentram-se nas reformas arquitetônicas e urbanísticas orientadas pelo “Plano Uniforme de Melhoramentos e Embellezamento de Victoria”. Nos interessam, entre outros, as mudanças na arquitetura da cidade, o alargamento de vias, os dispositivos de circulação, a organização da segurança urbana e infrações, o saneamento, a limpeza pública, as festividades cívicas, a reforma curricular promovida por Gomes Cardim e a implantação da ginástica sueca, com suas repercussões no campo dos sentidos e sensibilidades. Para este estudo, entendemos sentidos como formas de perceber e decodificar o mundo externo/material por meio dos órgãos biológicos (tato, olfato, paladar, visão, audição). A educação dos sentidos integrou as reformas do período mencionado, visando forjar um modelo de cidadão republicano no contexto capixaba. Por meio dos sentidos são forjados modos de ser e de estar no/com o mundo. Disso decorre a compreensão de que a forja das sensibilidades, por meio da estimulação dos sentidos, sendo o corpo como um entre-lugar que media a experiência no mundo. Dessa maneira, essa experiência é uma experiência corporal (Oliveira, 2012; Oliveira, 2018; Oliveira, 2020; Pesavento, 2004). A experiência corporal é construída na complexidade das relações cotidianas, vivenciadas no contexto urbano, o qual denominamos de cenário urbano, visto que a biografia da urbe e do cenário urbano se manifesta por meio do movimento simbiótico com as biografias dos indivíduos que a ele dão vida

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