Políticas públicas e práticas relacionadas à Atividade Física na América do Sul
Por Diego de Melo Lima (Autor), Luciana Tornquist (Autor), Luciana Zaranza (Autor), Michael Pratt (Autor), Andrea Ramirez Varela (Autor), Gopa! Research Working Group (Autor).
Em XV Congresso Brasileiro de Atividade Física e Saúde - CBAFS
Resumo
As pesquisas científicas são fundamentais para a construção de políticas públicas informadas por evidência, permitindo melhor alocação de recursos e escolha de intervenções. Essas pesquisas podem auxiliar países de média/baixa renda a produzirem políticas mais resolutivas e econômicas. OBJETIVO: Descrever as publicações científicas de países sul-americanos cujo foco está nas políticas e práticas relacionadas à atividade física. MÉTODO: Este estudo baseia-se na metodologia de uma revisão sistemática anterior conduzida pelo Observatório Global de Atividade Física-GoPA! (PROSPERO:CRD42017070153) e inclui a atualização entre 2020 e 2023. Esta análise incluiu dados dos países sul-americanos. Os dados foram analisados com recurso à estatística descritiva no Stata. RESULTADOS: Dos 1.022 artigos identificados, apenas 56 (5,5%) focaram em políticas e práticas relacionadas à atividade física. O Brasil foi responsável pela maioria dessas publicações (55,4%), seguido pelo Chile (16,1%) e Colômbia (12,5%). O Equador contribuiu com 8,9% dos estudos, enquanto Venezuela, Peru, Bolívia e Argentina contribuíram com 1,8% cada. CONCLUSÃO: A pesquisa sobre políticas e práticas de atividade física permanece limitada na América do Sul, com a maioria das publicações concentrada em poucos países-principalmente Brasil, Chile e Colômbia. A sub-representação de muitos países evidencia uma lacuna crítica na qual países com maior número de políticas nacionais aparecem com baixa produção, dificultando compreender o impacto dessas políticas na prática de atividade física, o que serviria de base para ações futuras. O Brasil, ao contrário, apresenta poucas políticas nacionais e uma ampla produção, algo que pode estar relacionado às características do modelo federativo, no qual estados e municípios podem desenvolver políticas localmente. Fortalecer a capacidade de pesquisa e promover a colaboração nessa área são passos essenciais para a construção de uma base mais equitativa e informada para as políticas de atividade física na América do Sul.