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O esporte moderno é um conceito que nasceu na Inglaterra, dentro do ambiente escolar. Sua gênese está intimamente vinculada à educação, e assim permanece naquele país e em outros contextos internacionais.

No Brasil, entretanto, o sistema esportivo foi criado antes mesmo de a escola se consolidar como sistema público e obrigatório. As entidades que deram origem ao esporte institucionalizado (como a CBD e o COB) surgiram na década de 1920, inspiradas em modelos aristocráticos e burgueses europeus, e foram concebidas à margem de qualquer sentido educacional. Somente na década de 1930 é que o país começou a discutir de modo mais sistemático a organização de um sistema educacional nacional, nascendo primeiro a Universidade (USP e Universidade do Brasil nos anos 1930), mas a educação básica ainda sequer tem um sistema unificado nos dias atuais. 

Em outras palavras, escola e esporte nasceram separados em terras brasileiras. Essa cisão inicial ainda repercute em nossa cultura esportiva.

O que quero dizer é que, ao longo do tempo, reproduzimos um modelo esportivo rígido e pouco reflexivo, que não deixa espaço para recriações, pois reproduz um sistema de fora para dentro. 
A Rede Federal tem, a meu ver, a oportunidade de reconciliar esses dois campos: educação e esporte e, se possível, de forma inovadora.

O esporte na Rede Federal deve ser desenvolvido de modo livre, crítico e pedagógico, em sintonia com os princípios da formação integral, politécnica e omnilateral. Não precisamos apenas reproduzir um sistema esportivo engessado e metafísico, mas reinventá-lo à luz dos valores formativos e emancipatórios da educação pública e profissional. 

Professor Alexandre Rosa