Resumo

Para muitos jovens o ingresso no ensino universitário é marcado por período de maior autonomia, relativo distanciamento da família, novas amizades e experiências, enfrentando, desse modo, situações até então desconhecidas. Mas também, caracterizar-se por período de elevada vulnerabilidade na consolidação de hábitos saudáveis, em razão da dificuldade em lidar com transformações psicossociais e pressões impostas pela necessidade de adaptação as situações próprias do meio acadêmico. OBJETIVO: Analisar a prevalência e os fatores associados à não realização de exercício físico em universitários brasileiros. MÉTODOS: Participaram do estudo 2.738 universitários da cidade de Londrina-PR, Brasil. As variáveis dependentes do estudo foram: não realizar exercício físico em intensidade moderada por pelo menos 30 minutos na semana; não realizar exercício físico em intensidade vigorosa por pelo menos 20 minutos na semana; não realizar exercícios de fortalecimento muscular na semana. As variáveis independentes foram o sexo, idade, cor da pele, situação conjugal, moradia, período de estudo, ano, trabalho e área de estudo. A análise multivariada foi realizada utilizando a regressão Logística Binária. O instrumento utilizado para coleta de dados foi o questionário de comportamentos de risco NCHA II (National College Health Assessment II), criado pela American College Health Association (ACHA) em 1998, com tradução do idioma original em inglês para o português e adaptação transcultural, validados por GUEDES; TEIXEIRA (2012). RESULTADOS: A prevalência de universitários que não realizam exercício físico nas intensidades moderada, vigorosa e fortalecimento muscular foi de 47.3, 61.0 e 66.2% respectivamente. O sexo feminino apresentou risco de não realizar exercício físico moderado (OR = 1.23), vigoroso (OR = 1.47) e de fortalecimento muscular (OR = 1.22). Estudantes matriculados em cursos pertencentes às áreas de Exatas (OR = 1.40 e 1.52), Jurídicas (OR = 1.48 e 1.51) e Humanas (OR = 1.45 e 1.52) apresentaram risco de não realizar exercício físico nas intensidades moderadas e vigorosa respectivamente. Cursar o 2o (OR = 0.79), 3o (OR = 0.74) ou 4o anos (OR = 0.71) apresentou menor probabilidade de não realizar exercício físico em intensidade vigorosa. CONCLUSÃO: Programas de intervenção com objetivo de promover a prática do exercício físico de universitários devem considerar o sexo, ano de estudo e a área em que o aluno está matriculado.

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