Práticas pedagógicas sobre alimentação em aulas de Educação Física no Ensino Médio
Por Joicy Ferreira da Silva Ramos (Autor), Letícia Detore Develey (Autor), Átila Alexandre Trapé (Autor).
Em XV Congresso Brasileiro de Atividade Física e Saúde - CBAFS
Resumo
A Educação Física (EF) escolar contribui com a promoção da saúde como mencionado em documentos oficiais, como a Base Nacional Comum Curricular e o Programa Saúde na Escola. A reforma do Ensino Médio e a pandemia de covid-19 impuseram novos desafios à prática docente para além das práticas corporais e atividades físicas, surgindo demandas gerais para o cuidado em saúde, incluindo aspectos relacionados à alimentação dos estudantes. OBJETIVO: Investigar como professores de EF da rede estadual do Ensino Médio de Pernambuco abordam a temática da alimentação nas suas aulas. MÉTODOS: Estudo qualitativo realizado com sete professores atuantes durante a pandemia. As entrevistas semiestruturadas, conduzidas via Google Meet no ano de 2023, no contexto da pandemia da covid-19, foram transcritas e analisadas com apoio dos procedimentos de Critical friend e Member checking, utilizando-se a análise de conteúdo de Bardin. RESULTADOS: A categoria "a alimentação como elemento da promoção da saúde" evidenciou que os professores reconhecem a alimentação como aspecto importante para a participação nas aulas e para a saúde dos estudantes. Relataram situações de insegurança alimentar, ausência de suporte institucional e vínculos entre hábitos alimentares, condições de vida e cultura local, como o uso de alimentos regionais (ex.: macaxeira). As falas também criticaram a responsabilização individual por escolhas alimentares, destacando a importância de debater políticas públicas e desigualdades no espaço escolar. As práticas pedagógicas buscaram promover uma consciência crítica sobre alimentação e saúde, articulando tais aspectos às práticas corporais e atividades físicas. CONCLUSÃO: A alimentação tem sido abordada, em grande parte, de forma crítica e contextualizada nas aulas de EF, considerando as realidades vividas pelos estudantes. Tais práticas evidenciam o potencial da EF como espaço de reflexão sobre alimentação e saúde. Recomenda-se o fortalecimento das políticas públicas e a formação docente para sustentar e ampliar essas iniciativas.