Resumo

: A delegação brasileira nos Jogos Olímpicos 2024 é composta por maioria de atletas mulheres. Se este dado pode ser indicativo de melhoria na equidade de gênero na prática do esporte, as treinadoras ainda são minoria, do alto rendimento à base, e quando nos referimos às negras e periféricas, este fato se agrava, principalmente no interior do nosso país, onde o acesso ao esporte e ao ensino de qualidade em geral é precário. No entanto, iniciativas ocorridas em universidades públicas do programa de interiorização do ensino superior têm atuado minimizando tal cenário. Objetivo: Discutir a formação de professoras de judô negras e periféricas e suas impressões diante dessa função. Metodologia: Utilizamos questionário com quatro perguntas abertas sobre a atuação como professoras de judô, seus desafios e sentimentos e os dados foram tratados através da análise de conteúdo. Participaram deste estudo 3 discentes graduandas do curso de educação física da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, que atuam como monitoras em programa de extensão que oferece aulas de judô a crianças e jovens de oito a 15 anos. Resultados: As discentes têm pelo menos 1,5 anos de atuação ministrando as aulas sob coordenação docente. Todas são negras e em situação socioeconômica desprivilegiada, característica da maioria discente desta universidade. Quanto ao perfil, alegam que há identificação dos alunos para com elas, testemunhando inclusive afirmações sobre serem exemplos positivos, em especial das meninas. Sobre os desafios da docência, indicam a insegurança inicial, visto não possuírem experiência anterior no judô, mas que a vivência da própria luta aliada aos estudos e orientações, vêm sendo substituídas por outras questões como inovação e aprofundamento do aprendizado de seus alunos. Conclusões: A extensão universitária descrita cumpre sua função de formação sólida de professoras e contribui com novas gerações de esportistas com ótimas referências de empoderamento