Prevalência de Provável Sarcopenia e Associação com Desempenho Funcional em Idosos Participantes da Academia Recife
Por Raphael José Perrier Melo (Autor).
Em XV Congresso Brasileiro de Atividade Física e Saúde - CBAFS
Resumo
A sarcopenia é a perda progressiva de massa e força muscular, que compromete a funcionalidade elevando os riscos de quedas, hospitalizações e mortalidade em idosos. O consenso EWGSOP2 (2019) recomenda a força de preensão manual como método inicial de rastreamento. A Academia Recife, política pública que oferece atividades físicas supervisionadas em áreas vulneráveis, mas a prevalência de sarcopenia nessa população é pouco investigada. Objetivo: Estimar a prevalência de provável sarcopenia em idosos vinculados à Academia Recife, analisando sua associação com parâmetros funcionais. Métodos: Estudo transversal, 780 idosos (≥60 anos; 332 homens, 448 mulheres). Provável sarcopenia foi definida pela força de preensão manual (JAMAR®) segundo pontos de corte do EWGSOP2 (<27 kg homens; <16 kg mulheres). Foram avaliados: força relativa à estatura, força isométrica, velocidade da marcha, circunferência da panturrilha, teste de sentar e levantar. Resultados: A prevalência global de provável sarcopenia foi de 18,2%, maior em homens (22,6%) mulheres (15,0%). Idosos com provável sarcopenia apresentaram idade mais avançada e pior desempenho funcional. Entre os homens, observaram-se reduções significativas na força isométrica (22,5 ± 3,7 vs. 35,0 ± 5,6 kg), circunferência da panturrilha (35,6 ± 2,9 vs. 37,1 ± 3,0 cm) e desempenho no teste de sentar e levantar (12,1 ± 2,6 vs. 11,0 ± 2,1 s; p < 0,05). Nas mulheres, houve redução significativa na força isométrica (13,4 ± 1,9 vs. 21,5 ± 4,1 kg) pior desempenho no teste de sentar e levantar (13,3 ± 2,0 vs. 11,5 ± 2,2 s), sem diferenças marcantes na circunferência da panturrilha. Curiosamente, a velocidade da marcha foi superior entre os com provável sarcopenia, sugerindo estudos adicionais. Conclusão: A baixa prevalência de provável sarcopenia sugere impacto positivo da Academia Recife na preservação da funcionalidade muscular. A avaliação apenas pelo handgrip pode gerar classificações equivocadas, sobretudo em mulheres, reforçando necessidade de múltiplos testes funcionais.