Resumo

O estudo teve como objetivo propor um processo de facilitação para a implementação Práticas Exitosas de Atividade Física (PE-AF) por profissionais de saúde na Atenção Primária à Saúde (APS) do Sistema Único de Saúde (SUS). O estudo é parte da Pesquisa Saúde a Partir de Práticas Exitosas (SAFE), delineado como um método misto, do tipo estudo de múltiplos casos. Foram selecionadas 10 PE-AF, com base em dados secundários, para visita in loco em cinco regiões do país. Foram convidados profissionais facilitadores e profissionais das equipes para responderem a uma entrevista semiestruturada. Um formulário de observação sistemática foi elaborado para levantamento das informações a serem observadas nas práticas visitadas. Os profissionais facilitadores foram selecionados de forma intencional e os profissionais da equipe pelo método snowball sampling. A coleta de dados foi de julho a novembro de 2019. Para análise das informações foi adotada a análise qualitativa dedutiva e frequência absoluta e relativa, quando aplicável. Participaram das entrevistas 51 profissionais de saúde, destes 10 eram os facilitadores. A maior parte das atividades eram realizadas nos polos do Programa Academia da Saúde (PAS), três em locais cedidos/alugados em parceria público-privado e três em praças e áreas abertas. Dentre as 10 práticas visitadas, quatro foram diagnosticadas com alto grau de implementação para os elementos de evidência, contexto e facilitação. Os profissionais relataram 181 tipos de barreiras para a implementação das PE-AF. Aproximadamente, 20% das barreiras eram sobre o contexto organizacional (n=40; 22,1%) e sobre os destinatários- participantes (n=36; 19,9%). Foram 661 facilitações identificadas para a implementação PE-AF, sendo em torno de 20% direcionadas para a evidência (n=146) e para o contexto local (n=118). Quatro perfis dos profissionais facilitadores foram identificados, sendo três internos à equipe local (facilitador especialista; gestor especialista e mediador interdisciplinar) e um externo (mediador externo). Pelo menos quatro PE-AF tinham o profissional facilitador como gestor especialista. O processo de facilitação foi proposto com 52 ações de facilitações, respondendo às questões de quando devem ser implementadas, quem deve implementar, como implementar e possíveis barreiras a serem superadas. Sendo assim, o processo de facilitação foi elaborado com base nas evidências baseadas nas práticas da APS brasileira e em estruturas de avaliação da ciência da implementação. O processo requer a presença de um profissional facilitador, com a participação da gestão local e dos profissionais da equipe, de modo a favorecer o alto grau de implementação na APS.

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