Produção científica em atividade física e saúde na América do Sul: diferenças relacionadas à faixa etária nas amostras dos estudos
Por Danilo Bastos Moreno (Autor), Debora Tornquist (Autor), Andrea Ramírez Varela (Autor), Gopa Working Group (Autor).
Em XV Congresso Brasileiro de Atividade Física e Saúde - CBAFS
Resumo
A pesquisa na área da atividade física e saúde tem crescido nas últimas décadas, tornando-se base para ações que envolvam promoção de um estilo de vida ativo e uma melhora na qualidade de vida das populações pela América do Sul. Contudo, algumas populações podem estar sendo negligenciadas por pesquisas neste espectro. OBJETIVO: Apresentar a produção científica dos países da América do Sul sobre atividade física e saúde evidenciando diferenças enquanto as faixas etárias investigadas. MÉTODO: Este estudo baseia-se na metodologia de uma revisão sistemática anterior conduzida pelo Observatório Global de Atividade Física-GoPA! (PROSPERO:CRD42017070153) e inclui a atualização entre 2020 e 2023. Esta análise incluiu dados de 12 países sul-americanos (Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela). Os dados foram analisados com recurso à estatística descritiva no Stata. RESULTADOS: Foram analisados 1.022 artigos. O Brasil foi responsável por 55,7% do total de publicações, seguido pelo Chile (15,7%), Colômbia (9,0%) e Argentina (5,4%). Enquanto Paraguai, Suriname, Bolívia e Guiana foram os que menos contribuíram, com menos de 1% cada. Em termos de grupos populacionais, 44,1% dos artigos incluíram múltiplas faixas etárias, seguidos por 25,0% com foco específico em crianças e adolescentes. Adultos foram o foco em 17,0% dos estudos e idosos em 7,9%. CONCLUSÃO: Há uma variação considerável na produção de pesquisas sobre atividade física entre os países da América do Sul, com o Brasil contribuindo com a maior parcela. Fatores como língua, posição geográfica, população e área, podem favorecer uma maior produção em solo brasileiro. A maioria dos estudos abrange diversas faixas etárias ou concentra-se em jovens ou adultos, com atenção limitada aos idosos. Esta discrepância verificada indica a necessidade de se repensar os grupos prioritários para condução de futuras pesquisas, uma vez que a faixa etária idosa vem se tornando preponderante na população.