Resumo

Atividades físicas e exercícios são estratégias não farmacológicas que previnem recidivas oncológicas e morbi-mortalidade, melhoram a aptidão funcional e qualidade de vida na sobrevida do câncer. Todavia, pacientes e sobreviventes de câncer vivenciam efeitos adversos, como a redução da força e massa muscular, e apresentam baixos níveis de atividade física. OBJETIVO: Verificar o efeito longitudinal de um Programa Híbrido Remama-ONcoFITT de canoagem (presencial) e exercícios físicos multicomponentes (remoto) sobre a resistência de força de membros superiores e inferiores de mulheres sobreviventes de câncer de mama. MÉTODO: Avaliações físicas foram realizadas quadrimestralmente e em ambiente remoto, com mulheres adultas e idosas (43-80 anos). Baseados na bateria Senior Fitness Test, os testes foram adaptados e aplicados via videochamada, como: sentar e levantar e flexão de cotovelo direito e esquerdo, considerando as especificidades cirúrgicas e terapêuticas dessas mulheres. Foram utilizadas a primeira e última avaliação física das participantes (2021-2025), que foram realizadas por profissionais treinados. Realizou-se estatística descritiva (média e desvio padrão), Shapiro-Wilk para testar a normalidade dos dados e Teste t de Student - pareado, no SPSS 21.0, considerando p<0,05. RESULTADOS: Foi conduzida uma análise longitudinal do tipo pré e pós-intervenção com 47 mulheres (58,0 ± 9,5 anos) e intervalo médio entre as coletas de dois anos (2,21±1,12 anos). Foram observados ganhos significativos na força de membros inferiores, avaliada pelo teste de sentar e levantar (17,7±4,9 vs. 18,9±5,1 repetições; p=0,03), e de membros superiores, avaliados pelo teste de flexão de cotovelo direito (19,9±4,3 vs. 21,9±4,7 repetições; p<0,001) e esquerdo (19,6±5,4 vs. 22,1±5,3 repetições; p<0,001). CONCLUSÃO: Exercícios físicos multicomponentes do Programa Híbrido Remama-ONcoFITT promoveram efeito longitudinal positivo sobre a força resistente de membros inferiores e superiores de mulheres sobreviventes de câncer de mama.