Resumo

A pandemia causada pela COVID-19 ocasionou restrições ao redor do mundo. O distanciamento social e o lockdown foram implementados como forma de combate, causando um impacto direto sobre a saúde física e mental. Além disso, a pandemia provocou alterações na rotina do estudante universitário, na medida que passou de um modelo de estudo prioritariamente presencial para um formato remoto (online) e assim desencadeou preocupações adicionais a formação, as quais muitas vezes podem provocar sintomas de estresse e ansiedade. OBJETIVO: Verificar a influência do diagnóstico da COVID-19 na Qualidade de Vida (QV) e sintomas depressivos em estudantes universitários. MÉTODOS: A amostra foi constituída por 238 graduandos da Universidade de Brasília, sendo n=110 do sexo masculino e n=128 sexo feminino (22,4 ± 4,1 anos, 170,3 ± 9,4 cm e 67,4 ± 15,04 Kg) de diversos cursos que se voluntariaram em participar da pesquisa. Para avaliar a QV, utilizou-se como instrumento o questionário Word Health Organization Quality of Life Instrument Bref (WHOQOL-Bref), enquanto os sintomas de depressão foram avaliados por meio do Inventário de Depressão de Beck (BDI). Em adição, os participantes responderam a uma anamnese com informações complementares a caracterização da amostra e o questionamento se já havia ou não sido diagnosticados com a COVID-19. A associação entre QV e sintomas depressivos com o diagnóstico da COVID-19 foi avaliada por meio de regressão de Poisson, considerando valores de p <0,05 como significativos. RESULTADOS: O diagnóstico da COVID-19 está associado a QV no domínio físico (p=0,013; β=4,223; intervalo de confiança 95% 0,908 a 0,013) e social (p=0,007; β=7,684; intervalo de confiança 95% 2,096 a 13,272). Os resultados indicam que ter sido acometido pela doença em relação a não ter, está associado a um aumento na QV no domínio físico e social em 4% e 7,6% respectivamente. Por outro lado, não houve associação entre a COVID-19 e os outros domínios da QV (psicológico e meio ambiente), bem como para os sintomas de depressão (p=0,080; β=-0,173; intervalo de confiança 95% -0,366 a 0,020). CONCLUSÃO: Parece que ter sido acometido e ter se recuperado da COVID-19 impacta positivamente na alta percepção que o estudante universitário possui sobre sua QV em relação aos domínios físico e de relações sociais. Todavia, essa possível sensação provinda da superação da doença não foi suficiente para estabelecer uma associação com os sintomas de depressão

Acessar