Resumo

Este artigo aborda brevemente diversos temas relacionados à psicologia do esporte que emergiram do acompanhamento do ciclo olímpico que culminou nos Jogos Olímpicos de Paris 2024. Discutimos questões relacionadas aos avanços tecnológicos e midiáticos e seus impactos nas condições de (re)adaptação e enfrentamento dos atletas em competições e alto rendimento. Destacamos também a observação de atletas que, apesar de aparentarem alta motivação, reagem mal a experiências de frustração, derrota e incerteza durante as competições olímpicas. O estudo problematiza ainda a desumanização dos atletas em meio à crescente mercantilização do esporte e propõe a necessidade de reconhecê-los em sua dimensão subjetiva e humana. Por fim, enfatizamos a relevância da psicoeducação no desenvolvimento do atleta, a postura crítica em relação a pressupostos do senso comum e a importância da clareza e da consistência conceitual na linguagem da psicologia do esporte. Concluímos destacando o papel do psicólogo na sustentação da ambiguidade vivenciada pelos atletas em seus papéis sociais e imaginários — especialmente intensificada pelas mídias sociais, que amplificam múltiplas formas de cobrança, idealização, pressão estética e violência simbólica.

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